domingo, 28 de junho de 2015

Ser mulher..., É viver mil vezes em apenas uma vida. É lutar por causas perdidas e sempre sair vencedora. É estar antes do ontem e depois do amanhã. É desconhecer a palavra recompensa apesar dos seus atos. É caminhar na dúvida cheia de certezas. É correr atrás das nuvens num dia de sol. É alcançar o sol num dia de chuva. É chorar de alegria e muitas vezes sorrir com tristeza. É acreditar quando ninguém mais acredita. É cancelar sonhos em prol de terceiros. É esperar quando ninguém mais espera. É identificar um sorriso triste e uma lágrima falsa. É ser enganada, e sempre dar mais uma chance. É cair no fundo do poço, e emergir sem ajuda. É estar em mil lugares de uma só vez. É fazer mil papeis ao mesmo tempo. É ser forte e fingir que é frágil... Pra ter um carinho. É se perder em palavras e depois perceber que se encontrou nelas. É distribuir emoções que nem sempre são captadas. É comprar, emprestar, alugar, vender sentimentos, mas jamais dever. É construir castelos na areia, ve-los desmoronados pelas águas. E ainda assim amá-los. É saber dar o perdão... É tentar recuperar o irrecuperável. É entender o que ninguém mais conseguiu desvendar. É estender a mão a quem ainda não pediu. É doar o que ainda não foi solicitado. É não ter vergonha de chorar por amor. É saber a hora certa do fim. É esperar sempre por um recomeço. É ter a arrogância de viver apesar dos dissabores, das desilusões, das traições e das decepções. É ser mãe dos seus filhos... Dos filhos de outros. É amá-los igualmente. É ter confiança no amanhã e aceitação pelo ontem. É desbravar caminhos difíceis em instantes inoportunos. E fincar a bandeira da conquista. É entender as fases da lua por ter suas próprias fases. É ser "nova" quando o coração está à espera do amor. Ser "crescente" quando o coração está se enchendo de amor. Ser "cheia" quando ele já está transbordando de tanto amor. E ser "minguante" quando esse amor vai embora. É hospedar dentro de si o sentimento do perdão. É voltar no tempo todos os dias e viver por poucos instantes. Coisas que nunca ficarão esquecidas. É cicatrizar feridas de outros e inúmeras vezes deixar. As suas próprias feridas sangrando. É ser princesa aos 20... Rainha aos 30... Imperatriz aos 40 e... "Especial" a vida toda. É conseguir encontrar uma flor no deserto. Água na seca... Labaredas no mar. É chorar calada as dores do mundo e Em apenas um segundo, já estar sorrindo. É subir degraus e se os tiver que descer não precisar de ajuda. É tropeçar, cair e voltar a andar. É saber ser super-homem quando o sol nasce. E virar cinderela quando a noite chega. É ter sido escolhida por Deus para colocar no mundo os homens. É acima de tudo um estado de espírito. É uma dádiva... É ter dentro de si um tesouro escondido E ainda assim dividí-lo com o mundo! Parabéns por ser esta Mulher LINDA, GRACIOSA, ENCANTADORA, DOCE, MEIGA, ATRAENTE, CHARMOSA, SIMPÁTICA e acima de tudo FELIZ! Sinta-se envolvida em um suave e carinhoso beijo do teu maior admirador!
Alexandre Alves

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

As Cismas do Destino (Augusto dos Anjos)

Recife. Ponte Buarque de Macedo. Eu, indo em direção à casa do Agra, Assombrado com a minha sombra magra, Pensava no Destino, e tinha medo! Na austera abóbada alta o fósforo alvo Das estrelas luzia… O calçamento Sáxeo, de asfalto rijo, atro e vidrento, Copiava a polidez de um crânio calvo. Lembro-me bem. A ponte era comprida, E a minha sombra enorme enchia a ponte, Como uma pele de rinoceronte Estendida por toda a minha vida! A noite fecundava o ovo dos vícios Animais. Do carvão da treva imensa Caía um ar danado de doença Sobre a cara geral dos edifícios! Tal uma horda feroz de cães famintos, Atravessando uma estação deserta, Uivava dentro do eu, com a boca aberta, A matilha espantada dos instintos! Era como se, na alma da cidade, Profundamente lúbrica e revolta, Mostrando as carnes, uma besta solta Soltasse o berro da animalidade. E aprofundando o raciocínio obscuro, Eu vi, então, à luz de áureos reflexos, O trabalho genésico dos sexos, Fazendo à noite os homens do Futuro. (Trecho de As Cismas do Destino, de Augusto dos Anjos).
A Máquina do Mundo (Carlos Drummond de Andrade) E como eu palmilhasse vagamente uma estrada de Minas, pedregosa, e no fecho da tarde um sino rouco se misturasse ao som de meus sapatos que era pausado e seco; e aves pairassem no céu de chumbo, e suas formas pretas lentamente se fossem diluindo na escuridão maior, vinda dos montes e de meu próprio ser desenganado, a máquina do mundo se entreabriu para quem de a romper já se esquivava e só de o ter pensado se carpia. Abriu-se majestosa e circunspecta, sem emitir um som que fosse impuro nem um clarão maior que o tolerável pelas pupilas gastas na inspeção contínua e dolorosa do deserto, e pela mente exausta de mentar toda uma realidade que transcende a própria imagem sua debuxada no rosto do mistério, nos abismos. Abriu-se em calma pura, e convidando quantos sentidos e intuições restavam a quem de os ter usado os já perdera e nem desejaria recobrá-los, se em vão e para sempre repetimos os mesmos sem roteiro tristes périplos, convidando-os a todos, em coorte, a se aplicarem sobre o pasto inédito da natureza mítica das coisas. (Trecho de A Máquina do Mundo, de Carlos Drummond de Andrade).

PARA SEMPRE

Por que Deus permite que as mães vão-se embora? Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba, veludo escondido na pele enrugada, água pura, ar puro, puro pensamento. Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio. Mãe, na sua graça, é eternidade. Por que Deus se lembra - mistério profundo - de tirá-la um dia? Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei: Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho. Carlos Drummond de Andrade

o Trem da Vida

A vida é como uma viagem num trem, com suas estações, suas mudanças de curso, seus acidentes... Ao nascermos, pegamos o trem e nos encontramos com nossos pais, e acreditamos que sempre viajarão ao nosso lado, mas em alguma estação, eles descem e nos deixam sós na viagem. Da mesma forma, outras pessoas pegarão o trem e nos serão significativas: nossos irmão, amigos, filhos e até mesmo o amor da nossa vida. Muitos descerão e deixarão um vazio permanente... Outros passam tão despercebidos que nem nos damos conta que eles desocuparam seus assentos. Esta viagem estará cheia de alegrias, tristezas, fantasias, esperas e despedidas. O êxito consiste em ter uma boa relação com todos os passageiros, dando o melhor de nós. O grande mistério para todos é que não sabemos em qual estação desceremos. Por isso, devemos viver da melhor maneira, amar, perdoar, oferecer o melhor de nós. Assim, quando chegar o momento de desembarcar e o nosso assento estiver vazio, vamos deixar bonitas lembranças aos que continuam viajando no trem da vida!!! Desejo a você que a viagem em seu trem seja a melhor a cada dia, com muito sucesso e amor. Ah! E lhe agradeço por ser passageiro do meu trem.