terça-feira, 16 de outubro de 2012



CAPÍTULO 5


Me agito, instintivamente procurando por Christian, sentindo sua ausência.
Merda! Eu acordo imediatamente e olho ansiosamente em torno da cabine.
Christian está me olhando da pequena e estofada poltrona, próxima da cama. 
Abaixando-se, ele coloca alguma coisa no chão, então se move e deita na
cama ao meu lado. Ele está vestindo sua bermuda jeans desfiada e uma
camiseta cinza.

"Ei, não entre em pânico. Está tudo bem", diz ele, sua voz suave e moderada –
como se estivesse falando com um encurralado animal selvagem.
Carinhosamente, ele tira o cabelo do meu rosto e eu me tranquilizo
imediatamente. Eu o vejo tentar, sem conseguir esconder sua própria
preocupação.

"Você tem estado tão agitada ultimamente", ele murmura, seus olhos muito
arregalados e sérios.

"Estou bem, Christian." Eu lhe dou o meu sorriso mais brilhante, porque eu não
quero que ele saiba como estou preocupada sobre o incêndio. A lembrança
dolorosa de como me senti quando Charlie Tango foi sabotado, enquanto
Christian estava desaparecido – o enorme vazio, a dor indescritível – me veem,

o tempo todo. A lembrança me entristecendo e comprimindo meu coração.
Tentando manter um sorriso fixo no meu rosto, tento reprimi-la.
"Você estava me olhando dormir?"

"Sim", diz me olhando fixamente, me observando. "Você estava falando."

"Oh?" Merda! O que eu estava dizendo?

"Você está preocupada", acrescenta ele, seus olhos cheios de preocupação. 
Não há nada que eu possa esconder deste homem? Ele se inclina e beija-me 
entre as minhas sobrancelhas.

"Quando você franze a testa, um pequeno ‘V’ se forma. É macio de beijar. Não

se preocupe, bebê, vou tomar conta de você."

"Não estou preocupada comigo, mas com você", eu resmungo. "Quem está
tomando conta de você?"

Ele sorri com indulgência para o meu tom. "Eu sou crescido o suficiente e hostil

o bastante para cuidar de mim. Venha. Levante-se. Há uma coisa que eu
gostaria de fazer antes de irmos para casa." Ele sorri para mim, um grande


sorriso de menino de sim-só-tenho-28-anos, e me dá um tapa no traseiro. Eu
grito, assustada, e percebo que hoje estamos voltando para Seattle e minha
tristeza renasce. Eu não quero ir. Não quero ir embora. Gosto de estar com ele

o tempo todo, e não me sinto pronta para compartilhá-lo com sua empresa e
sua família.
Nós tivemos uma abençoada lua de mel. Com alguns altos e baixos, admito,
mas isso é normal para um casal recém-casado, certo?


Mas Christian não consegue conter sua empolgação de menino, e apesar dos
meus pensamentos obscuros, é contagiante. Quando ele se ergue
graciosamente para fora da cama, eu o sigo, intrigada.

O que ele tem em mente?
Christian amarra a chave no meu pulso.
"Você quer que eu dirija?"
"Sim". Sorri Christian. "Ficou muito apertado?"
"Está bom. É por isso que você está vestindo um colete salva-vidas?" Eu


arqueio minha sobrancelha.
"Sim".
Não consigo segurar meu riso. "Tanta confiança em minhas capacidades de


condução, Sr. Grey."
"Como sempre, Sra. Grey."
"Bem, não me dê um sermão."
Christian levanta suas mãos em um gesto defensivo, ele está sorrindo. "Será


que eu ousaria?"


"Sim, você faria, e sim você o faz, e não teremos como parar e discutir na
calçada."
"Opinião muito bem defendida, Sra. Grey. Vamos ficar nesta plataforma


durante o dia todo discutindo sobre suas habilidades de condução ou vamos


nos divertir um pouco?"
"Opinião muito bem defendia, Sr. Grey." Eu agarro o guidão do Jet Ski e subo
nele. Christian se senta atrás de mim e nos empurra com os pés para longe do
iate.


Taylor e dois dos marinheiros nos olham com diversão. Chegando para frente,
Christian envolve seus braços em volta de mim e aconchega as coxas contra



as minhas. Sim, é disso que eu gosto nesse tipo de transporte. Eu insiro a
chave de ignição e pressiono o botão de partida, e o motor ruge para a vida.

"Pronto?" Eu grito para Christian por cima do ruído.

"Como sempre estarei", diz ele, com a boca perto do meu ouvido.

Gentilmente, eu pressiono o acelerador e o Jet Ski se afasta do Fair Lady,
muito serenamente para o meu gosto. Christian estreita seu abraço. Eu aperto

o acelerador um pouco mais, e nós disparamos para frente e eu fico feliz em
ver que o motor não morreu.
"Uou!" Christian fala atrás, mas a alegria em sua voz é palpável. Eu acelero
passando pelo Fair Lady em direção ao mar aberto. Ancoramos no Port de
Plaisance de Saint-Claude-du-Vare o aeroporto Nice Côte d'Azurestá situado
ao longe, construído virado para o Mediterrâneo, ou assim parece. Estou
escutando as incomuns aterrissagens dos aviões desde que cheguei ontem à
noite. Decido que precisamos dar uma olhada.

Nós dirigimos em sua direção, pulando rapidamente sobre as ondas. A doro
isso, e estou muito feliz por Christian me deixar conduzir. Toda a preocupação
que senti nos últimos dois dias se vai enquanto deslizamos em direção ao
aeroporto.

"Da próxima vez que fizermos isso, iremos em dois jet skis" Christian grita. Eu
sorrio porque o pensamento de disputar corrida com ele é emocionante.

Enquanto disparamos sobre o refrescante mar azul para o que parece ser o fim
da pista, o barulho estrondoso de um avião acima de nós, de repente me
assusta, enquanto ele se aproxima para pousar. É tão alto que eu me assusto,
soltando e apertando o acelerador ao mesmo tempo, confundindo-o com o
freio.

"Ana!" Christian grita, mas é tarde demais. Sou lançada caindo ao lado do Jet 
Ski, braços e pernas se agitando, levando Christian comigo, espalhando muita
água.

Gritando, eu afundo no cristalino mar azul e tomo um desagradável gole do
Mediterrâneo. A água é fria ali longe da costa, mas eu subo à superfície em
uma fração de segundo, graças ao meu colete salva-vidas. Tosse e cuspindo,
eu tiro a água do mar dos meus olhos e olho ao redor procurando Christian. Ele
já está nadando em minha direção. O Jet Ski flutua inofensivamente poucos
metros de distância de nós, o motor silencioso.

"Você está bem?" Seus olhos estão cheios de pânico, enquanto me alcança. 
"Sim", eu murmuro, mas não consigo conter a minha alegria. Viu, Christian?
Isso é o pior que pode acontecer com um jet ski! Ele me puxa para o seu
abraço, e então pega a minha cabeça entre as mãos, examinando meu rosto
de perto.



"Viu, não foi tão ruim!" Sorrio enquanto flutuamos na água.

Depois de um tempo, ele sorri para mim, obviamente aliviado. "Não, acho que
não foi. Só que eu estou molhado", ele resmunga, mas seu tom é brincalhão.

"Estou molhada, também."

"Eu gosto de você molhada." Ele me olha maliciosamente.

"Christian!" Eu ralho, numa fingida tentativa de virtuosa indignação. Ele sorri,
está tão bonito, então se inclina e me beija com força. Quando ele se afasta,
estou sem fôlego.

Seus olhos estão mais escuros, turbulentos e quentes, e eu me aqueço, apesar
da água fria.

"Venha. Vamos voltar. Agora vamos ter que tomar banho. Eu dirijo."

Estamos descansando na sala de espera da primeira classe da British Airways
no Heathrow em Londres, aguardando o nosso voo de conexão para Seattle.
Christian está absorto no Financial Times. Pego sua câmera, querendo tirar
algumas fotos dele. Ele parece tão sexy com a sua tradicional camisa de linho
branca e jeans, e os seus óculos de aviador enfiado no V de sua camisa
aberta. O flash o distrái. Ele pisca para mim e me dá seu sorriso tímido.

"Como está você, Sra. Grey?", Pergunta ele.

"Triste em estar indo para casa", murmuro. "Eu gosto de ter você para mim."
Ele segura minha mão e levantando-a aos lábios, roça meus dedos com um
beijo doce.

"Eu também".

"Mas?" Pergunto, completando com essa pequena palavra que não foi dita no
final da sua declaração.

Ele franze a testa. "Mas?", Ele repete sem ingenuidade. Eu inclino minha
cabeça para um lado, olhando para ele com uma expressão de me conte que 
venho aperfeiçoando ao longo dos últimos dois dias. Ele suspira, abaixando o
jornal. "Eu quero esse criminoso preso e fora de nossas vidas."

"Oh". Isso parece bastante justo, mas eu estou surpresa com sua franqueza.

"Vou arrancar fora as bolas do Welch, se ele deixar que algo assim aconteça
novamente." Um arrepio percorre minha espinha pelo seu tom ameaçador. Ele
olha para mim, impassível, e eu fico sem entender se ele está me desafiando a
abrir a boca novamente ou algo do tipo. Eu faço a única coisa que consigo
pensar para aliviar a tensão repentina entre nós e levanto a câmera para tirar
outra fotografia.



"Ei, dorminhoca, estamos em casa", murmura Christian.


"Hmm," eu resmungo, relutante em abandonar meu sonho tentador com
Christian e eu em uma toalha de piquenique em Kew Gardens. Estou tão
cansada. Viajar é cansativo, mesmo na primeira classe. Nós voamos por mais
de dezoito horas seguidas, eu acho –
cansada, perdi a noção. Eu ouço a minha
porta sendo aberta, e Christian está se inclinando para mim. Ele solta meu
cinto e levanta-me em seus braços, me acordando.


"Ei, eu posso andar", protesto sonolenta.


Ele bufa. "Tenho que atravessar a porta te carregando no colo ."


Coloco os braços em volta do pescoço. "Pelos os trinta andares?" Dou-lhe um
sorriso desafiador.


"Sra. Grey, fico muito satisfeito em anunciar que você ganhou algum peso."


"O quê?"


Ele sorri. "Então, se você não se importar, vamos de elevador." Ele aperta os 
olhos para mim, mas eu sei que ele está brincando.


Taylor abre as portas de entrada do Escala e sorri. "Bem-vindo de volta Sr.
Grey, Sra. Grey."


"Obrigado, Taylor", diz Christian.


Eu dou à Taylor o mais breve dos sorrisos e o vejo voltar para a Audi, onde
Sawyer espera ao volante.


"O que quis dizer com eu ter ganhado peso?" Eu olho intensamente para
Christian. Seu sorriso se alarga, e ele me aperta para mais perto de seu peito 
enquanto ele me carrega pela entrada.


"Nada demais", ele me assegura, mas seu rosto escurece de repente.


"O que foi?" Tento manter minha voz alarmada sob controle.
"Você recuperou o peso que perdeu quando você me deixou", diz ele
calmamente enquanto chama o elevador. Uma expressão sombria atravessa
seu rosto.


Sua súbita e inesperada angústia aperta meu coração. "Ei". Coloco meus
dedos em torno de seu rosto e em seus cabelos, puxando-o para mim. "Se eu
não tivesse ido, você estaria agora aqui, assim?"


Seus olhos se transformam, para a cor de uma nuvem de tempestade, e ele me
dá seu sorriso tímido, meu sorriso favorito. "Não", ele diz e entra no elevador
ainda me segurando. Ele se inclina e me beija suavemente. "Não, Sra. Grey, eu




não estaria. Mas eu saberia como te manter segura, porque você não me
desafiaria." Ele soa vagamente arrependido... Merda.


"Eu gosto de desafiar você." Eu testo a sorte.


"Eu sei. E isso me deixa muito... feliz." Ele sorri para mim aturdido.


Oh, graças a Deus. "Mesmo eu estando gorda?" Eu sussurro.


Ele ri. "Mesmo que esteja gorda." Me Beija outra vez, mais caloroso desta vez,
e eu ponho meus dedos em seus cabelos, segurando-o contra mim, nossas
línguas se contorcendo em uma dança lenta e sensual uma com a outra.
Quando o elevador apita parando no apartamento, estamos ambos sem fôlego.


"Muito feliz", ele murmura. Seu sorriso mais misterioso agora, seus olhos
maliciosos e cheios de promessas lascivas. Ele balança a cabeça como que
para se recuperar e me carrega para dentro de casa.


"Bem vinda ao lar, Sra. Grey." Me beija outra vez, mais casto, desta vez, e me 
dá um gigantesco-e-patenteado-sorriso-de-Christian-Grey, seus olhos
dançando de alegria.


"Bem vindo, Sr. Grey." Sorrio largamente, meu coração correspondendo, se
enchendo da minha própria alegria.


Acredito que Christian vai me colocar no chão, mas ele não o faz. Ele me leva 
através do hall de entrada, atravessando o corredor, por dentro da sala grande,
e me coloca sobre a ilha da cozinha, onde me sento com as pernas
balançando. Ele pega duas taças do armário da cozinha e uma garrafa de
champanhe da geladeira –
nosso Bollinger favorito. Ele habilmente abre a
garrafa, não derramando uma gota, serve o champanhe rosa pálido em cada
taça, e me estende uma. Segurando a sua no alto, ele gentilmente abre minhas
pernas e se move para ficar entre elas.


"À nossa, Sra. Grey."


"À nossa, Sr. Grey," eu sussurro consciente do meu sorriso tímido. Nós
brindamos e tomamos um gole.
"Eu sei que você está cansada", ele sussurra, esfregando o nariz contra o meu.
"Mas eu gostaria muito de ir para a cama... e não para dormir." Ele beija o
canto da minha boca.


"É nossa primeira noite de volta aqui, e você é realmente minha." Sua voz
flutua enquanto ele planta beijos leves na minha garganta. É início de noite em
Seattle, e eu estou muito cansada, mas floresce um desejo profundo na minha
barriga e minha deusa interior ronrona.


Christian está dormindo pacificamente ao meu lado enquanto eu encaro as
listras cor de rosa e dourado do dia amanhecendo através das grandes janelas.
Seu braço está caído sobre meus seios, e eu tento acompanhar sua respiração




em um esforço para voltar a dormir, mas não tem jeito. Estou bastante
acordada, meu relógio biológico ajustado ao horário de Greenwich, minha
mente correndo solta.

Tanta coisa aconteceu nas últimas três semanas –
a quem eu estou
enganando, nos últimos três meses –
que sinto como se minha ficha ainda não
tivesse caído. E agora aqui estou eu, Sra. Anastasia Grey, casada com o mais
gostoso, sexy, filantrópico e absurdamente rico magnata que uma mulher
poderia encontrar. Como tudo isso aconteceu tão rápido?

Eu me viro de meu lado para olhá-lo, avaliando sua beleza. Sei que ele me
olha dormir, mas eu raramente retribuo a gentileza. Ele parece tão jovem e
despreocupado em seu sono, seus longos cílios espalhados sobre seu rosto,
uma barba rala cobrindo seu queixo e seus lábios esculturais entreabertos,
relaxado enquanto ele respira profundamente. Eu quero beijá-lo, enfiar minha
língua entre seus lábios, passar os dedos sobre a barba suave e por fazer. Eu
realmente tenho que lutar contra o desejo de não o tocar, para não perturbá-lo.
Hmm... Eu poderia simplesmente provocar o lóbulo da orelha com os dentes e
chupar. Meu subconsciente olha para mim por sobre seus óculos de meia-lua,
interrompendo o livro dois das Obras Completas de Charles Dickens, e
mentalmente me castiga. Deixe o pobre homem em paz, Ana.

Estarei de volta ao trabalho na segunda-feira. Tiramos o dia de hoje para nos
readaptar, para então retomarmos nossa rotina. Vai ser estranho não ver
Christian durante todo o dia depois de passar quase todo o tempo juntos nas
últimas três semanas. Eu deito de costas e olho para o teto. Alguém poderia
pensar que passar tanto tempo junto seria algo sufocante, mas não é o caso.
Adorei cada minuto, mesmo com nossas brigas. Cada minuto... exceto a notícia
do incêndio no escritório de Christian.

Meu sangue esfria. Quem poderia querer prejudicar Christian? Minha mente se
atormenta com esse mistério novamente. Alguém do seu meio de trabalho?
Uma ex? Um funcionário descontente? Não faço ideia, e Christian continua de
boca fechada sobre tudo isso, me dando o mínimo de informação do que pode
contar num tentativa de me proteger. Eu suspiro. Meu brilhante cavaleiro
branco-e-negro sempre tentando me proteger. Como é que eu vou fazê-lo se 
abrir mais?

Ele se mexe e eu fico quieta, não querendo acordá-lo, mas tem o efeito oposto.

Porra! Dois olhos brilhantes olham para mim.

"Qual o problema?"

"Nada. Volte a dormir." Faço uma tentativa, com meu sorriso tranquilizador. Ele
se estende, esfrega seu rosto, e então sorri para mim.

"Descompensação de horário?", Ele pergunta.

"Será que é isso? Não estou conseguindo dormir."



"Tenho tudo que é remédio aqui, é tudo seu, bebê." Ele sorri como um menino,
me fazendo revirar os olhos e rir ao mesmo tempo. E na mesma hora meus
pensamentos sombrios são esquecidos e meus dentes encontram o lóbulo da
sua orelha.


Christian e eu cruzamos para o norte na I-5 em direção à ponte 520 no Audi
R8. Vamos almoçar com seus pais, um almoço de domingo de boas-vindas.
Toda a família vai estar lá, além de Kate e Ethan. Vai ser estranho ter tanta
gente à nossa volta tanto quando estivemos sozinhos todo este tempo. Não
tive a oportunidade de conversar com Christian por quase toda manhã. Ele
estava enfiado em seu escritório enquanto eu desfazia as malas. Ele disse que
eu não precisava, que a Sra. Jones o faria. Mas isso é outra coisa que eu
preciso me acostumar –
ter alguém me ajudando dentro de casa. Eu corro
meus dedos distraidamente sobre o estofamento de couro da porta para distrair
meus pensamentos. Sinto-me desconfortável. É o jet lag? O incêndio?


"Você me deixaria dirigir?" Eu pergunto, surpresa por dizer as palavras em voz
alta.


"Claro", responde Christian, sorrindo." O que é meu é seu. Se você o amassar,
no entanto, eu vou levá-la para a Sala Vermelha da Dor. "Ele olha rapidamente
para mim com um sorriso malicioso.


Merda! Eu olho surpresa para ele. É uma piada?


"Você está brincando. Você me puniria por amassar seu carro? Você ama o
seu carro mais do que você me ama?" Eu provoco.


"Quase", diz ele e se estica para apertar meu joelho. "Mas ele não me mantém
aquecido à noite."
"Tenho certeza de que poderia arrumar uma maneira. Você pode dormir dentro
dele", eu disparo.


Christian ri. "Nós não estamos de volta nem por um dia inteiro e você já está
me colocando para fora?"


Ele parece feliz. Eu olho para ele e ele me dá um sorriso enorme, e embora eu
queira ficar brava com ele, é impossível quando ele está com esse tipo de
humor. Pensando nisso, ele melhorou seu estado de espírito desde que saiu de
seu escritório esta manhã. Percebo que eu estou sendo petulante, porque
temos de voltar à realidade, e eu não sei se ele vai voltar a ficar um Christian
mais fechado como antes da nossa lua de mel, ou se eu vou ficar com a nova 
versão melhorada.


"Por que está tão contente?" Eu pergunto.


Ele pisca com mais um sorriso para mim. "Porque essa conversa é assim...
normal."




"Normal!" Eu fungo. "Não depois de três semanas do casamento! Com
certeza." Seu sorriso desaparece.

"Estou brincando, Christian," Eu murmuro rapidamente, não querendo acabar
com seu humor. Surpreende-me como ele é inseguro de si mesmo às vezes. 
Acho que ele sempre foi assim, mas escondia sua incerteza sob um exterior
intimidante. É muito fácil provocá-lo, provavelmente porque ele não está
acostumado. É uma revelação, e me admiro mais uma vez que ainda temos
muito a aprender um com o outro.

"Não se preocupe, eu vou ficar com o Saab," eu resmungo e me viro para olhar
para fora da janela, tentando me livrar do meu mau humor.

"Ei. Qual é o problema?"

"Nada".

"Você é tão frustrante às vezes, Ana. Diga-me." Viro-me e sorrio
maliciosamente para ele. "Digo o mesmo de você, Grey." Ele franze a testa.
"Estou me esforçando", diz ele em voz baixa.

"Eu sei. Eu também." Sorrio e meu humor melhora um pouco.

Carrick está surreal com seu chapéu de chef e com um avental escrito
Autorizado para o Grill enquanto está na churrasqueira. Toda vez que eu olho
para ele, eu sorrio. Na verdade, meu estado de espírito melhorou
consideravelmente. Estamos todos sentados ao redor da mesa no terraço da 
casa da família Grey, curtindo o sol de verão. Grace e Mia estão dispondo
várias saladas sobre a mesa, enquanto Elliot e Christian trocam insultos de
brincadeira, discutindo os planos para a nova casa, e Ethan e Kate me
metralha perguntando da nossa lua de mel. Christian está segurando minha
mão, seus dedos brincando com minha aliança e com o anel de noivado.

"Então, se você pode terminar todo o projeto com Gia, eu tenho uma folga de 
Setembro até meados de novembro e posso colocar todo o pessoal pra
começar", diz Elliot enquanto ele estica e coloca o braço em volta dos ombros
de Kate, fazendo-a sorrir.

"Gia deve vir para discutir o projeto amanhã à noite planos", responde
Christian. "Espero que possamos concluir tudo." Ele se vira e olha com
expectativa para mim.

Oh.. Isso é novidade.

"Claro." Eu sorrio para ele, mais por causa da sua família, mas meu humor
declina de novo. Por que ele toma essas decisões sem me consultar? Ou é a
imagem de Gia –
com quadris sensuais, seios fartos, roupas caras de grife e
usando perfume-sorrindo provocativamente para o meu marido o que me
incomoda? Meu subconsciente olha pra mim. Ele não lhe deu nenhuma razão 



para ter ciúmes. Merda, estou tendo muitos altos e baixos hoje. O que há de
errado comigo?

"Ana", exclama Kate, tirando-me do meu devaneio. "Você ainda está com a
cabeça no sul da França?"

"Sim", respondo com um sorriso.

"Você parece tão bem", diz ela, embora ela franza a testa enquanto fala.

"Vocês dois parecem." Grace sorri largamente enquanto Elliot enche
novamente nossos copos.

"Ao casal feliz." Sorri Carrick e levanta a taça, e todos em volta da mesa repete

o gesto.
"E parabéns a Ethan por conseguir o mestrado de Psicologia em Seattle," Mia
acrescenta orgulhosamente. Ela lhe dá um sorriso adorável, e Ethan sorri para
ela. Pergunto-me despreocupadamente se ela fez algum progresso com ele. É
difícil de dizer.

Ouço as brincadeiras em torno da mesa. Christian está descrevendo nosso
itinerário durante as últimas três semanas, melhorando um detalhe aqui, outro
ali. Ele soa relaxado e no controle, a preocupação sobre o incêndio esquecida.
Eu, por outro lado, não consigo muito dar uma sacudida no meu humor. Pego 
minha comida. Christian disse que eu estava gorda ontem. Ele estava
brincando! Meu subconsciente olha pra mim de novo.
Elliot acidentalmente deixa o copo cair no chão do terraço, assustando todo
mundo, e se dá uma grande movimentação para limpar.
.
"Vou te levar para a casa do ancoradouro e, finalmente, te dar uns tapas, se
você não mudar esse humor", sussurra Christian para mim.

Me engasgo de surpresa, me viro, e olho chocada para ele. Como? Ele está
brincando comigo?

"Você não ousaria!" Eu rosno para ele e por dentro sinto uma familiar e
agradável excitação. Ele levanta uma sobrancelha. Claro que ele faria. Olho
rapidamente para Kate do outro lado da mesa. Ela está nos observando com
interesse. Eu me volto para Christian, estreitando os olhos para ele.

"Você teria que me pegar primeiro e eu estou usando sapatilhas," Falo com
certo desagrado.

"Eu me divertiria tentando", ele sussurra com um sorriso safado, e eu acho que
está brincando. Eu coro. Surpreendentemente, me sinto melhor.

Enquanto terminamos nossa sobremesa de morangos com creme, o céu se
abre e inesperadamente começa a chuviscar. Nós todos nos levantamos para
retirar os pratos e copos da mesa, levando-os para a cozinha.



"Que bom que o tempo se manteve firme até terminarmos", diz Grace satisfeita
e corremos para a marquise da sala dos fundos. Christian senta-se no brilhante
piano preto vertical, pressiona o pedal, e começa a tocar uma melodia familiar
que não reconheço imediatamente.


Grace me pergunta sobre minhas impressões de Saint Paul de Vence. Ela e
Carrick foram anos atrás, durante sua lua de mel, e penso que este é um bom 
presságio, vendo como eles estão felizes juntos até hoje. Kate e Elliot estão
trocando afagos em um dos grandes e estofados sofás, enquanto Ethan, Mia, e
Carrick estão tendo uma profunda conversa sobre psicologia, eu acho.


De repente, ao mesmo tempo, todos os Greys param de falar e olham pasmos
para Christian.


O quê foi?


Christian está cantando baixinho para si mesmo ao piano. O silêncio se instala
entre nós enquanto nos esforçamos para ouvir sua voz suave e lírica. Já o ouvi
cantando antes, eles não? Ele para, subitamente consciente do silêncio mortal
que caiu sobre a sala. Kate olha interrogativamente para mim e eu encolho os 
ombros. Christian se vira no banco e franze a testa, envergonhado de perceber
que se tornou o centro das atenções.


"Continue" Grace pede baixinho. "Eu nunca ouvi você cantar, Christian.
Nunca." Ela olha para ele com admiração. Ele se ajeita no banquinho do piano,
olhando distraidamente para ela, e depois de um tempo, ele encolhe os
ombros. Seus olhos piscam nervosamente para mim, depois para as janelas
francesas. O resto da sala, de repente explode em uma conversa proposital, e
fico sozinha prestando atenção no meu querido marido.
Grace me distrai, segurando minhas mãos, de repente, segurando-me em seus
braços.


"Oh, minha querida! Obrigado, obrigado", ela sussurra, e apenas eu consigo
ouvi-la. Fico com um nó na garganta.


"Um..." Eu também a abraço, não muito certa do porquê dela estar me
agradecendo. Grace sorri, os olhos brilhando, e beija minha bochecha. Oh
Nossa... O que será que eu fiz?


"Vou fazer um chá", diz ela, com a voz rouca de lágrimas não derramadas.


Eu ando lentamente até Christian, que agora está de pé, olhando para fora
através das janelas francesas.


"Oi", murmuro.


"Oi". Ele coloca o braço em volta da minha cintura, me puxando para ele, e eu 
deslizo minha mão no bolso de trás da sua calça jeans. Nós olhamos para a
chuva lá fora.




"Sente-se melhor?"
Concordo com a cabeça.
"Ótimo".
"Decididamente você sabe deixar um lugar em silêncio."
"Eu faço isso o tempo todo", diz ele e ele sorri para mim.
"No trabalho, sim, mas não aqui."
"Verdade, não aqui."
"Ninguém nunca tinha te ouvido cantar? Nem uma vez?"
"Parece que não", diz ele secamente. "Vamos?" Eu olho para ele, tentando


avaliar seu humor. Seus olhos estão suaves, quentes e um tanto confusos.


Decido mudar de assunto.
"Você vai me bater?" Eu sussurro, e de repente meu estômago se contorce.
Talvez é disso que eu precise... Tenho sentido falta.


Ele olha para mim, os olhos escurecendo.


"Eu não quero te machucar, mas fico mais do que feliz em brincar." Olho
nervosamente ao redor da sala grande, mas não podemos ser ouvidos.
"Só se você se portar mal, Sra. Grey." Inclina-se e murmura no meu ouvido.


Como ele pode colocar tanta promessa sensual em seis palavras?
"Vou ver o que posso fazer." Eu sorrio.
Depois de nos despedirmos, caminhamos até o carro.
"Tome". Christian me joga as chaves para o R8. "Não o amasse" –
acrescenta


com muita seriedade –
"ou eu vou ficar muito puto." Minha boca fica seca. Ele


está me deixando dirigir seu carro? Minha deusa interior veste rapidamente


suas luvas de couro de dirigir e sapatos baixos. Isso aí! ela grita.

"Você tem certeza?" Eu falo, atordoada.

"Sim, antes que eu mude de ideia."

Acho que nunca sorri tanto. Ele revira os olhos e abre a porta do motorista

para que eu possa entrar. Eu ligo o motor antes mesmo dele chegar do lado do
passageiro, e ele entra rapidamente.
"Ansiosa, Sra. Grey?", Pergunta ele com um sorriso irônico.




"Muito".

Lentamente, dou marcha-ré no carro e saio da garagem. Consigo fazê-lo sem 
deixar o carro morrer, surpreendendo-me. Caramba, a embreagem é sensível.
Cuidadosamente percorrendo a entrada da propriedade, eu olho no meu
espelho retrovisor e vejo Sawyer e Ryan entrando no SUV Audi.

Não sabia que a segurança tinha nos seguido até aqui. Faço uma pausa antes
de sair para a estrada principal.

"Você tem certeza disso?"

"Sim", Christian diz tenso, ficando claro que ele não tem certeza assim. Oh,
coitado do meu Cinquenta. Quero gargalhar porque estou nervosa e excitada. 
Uma pequena parte de mim quer se afastar de Sawyer e Ryan apenas por
diversão. Verifico o tráfego, e então conduzo o R8 para a estrada. Christian se
contorce com tensão e eu não posso resistir. A estrada está vazia. Eu coloco 
meu pé no acelerador e disparamos para frente.

"Uou! Ana!" Christian grita. "Devagar –
você nos matar."

Eu imediatamente libero o pedal. Nossa, esse carro corre mesmo!

"Desculpe," Eu falo baixinho, tentando soar arrependida e falhando
miseravelmente. Christian sorri para mim, para esconder seu alívio, imagino.

"Bem, isso conta como mau comportamento", diz ele casualmente e eu diminuo
a velocidade na hora.
Olho no espelho retrovisor. Nenhum sinal do Audi, apenas um solitário carro
preto com vidros escuros atrás de nós. Imagino Sawyer e Ryan afobados,
freneticamente tentando nos alcançar, e por algum motivo isso me excita. Mas
não querendo dar ao meu querido marido um ataque cardíaco, decido me
comportar e dirigir de forma moderada, mais confiante em direção à ponte 520.

De repente, Christian xinga e se esforça para puxar o seu BlackBerry do bolso
de seus jeans.

"O quê?", Ele responde bruscamente com raiva de quem quer que esteja do
outro lado da linha. "Não.", diz ele e olha atrás de nós. "Sim. É ela." Dou uma
olhada breve no espelho retrovisor, mas não vejo nada de estranho, apenas
alguns carros atrás de nós. O SUV está cerca de quatro carros atrás, e todos
nós estamos dirigindo no mesmo ritmo.

"Entendo". Christian solta um longo e pesado suspiro e esfrega a testa com os
dedos, a tensão irradia dele. Algo está errado.

"Sim... Eu não sei." Ele olha para mim e tira o telefone de sua orelha.



"Está tudo bem. Continue", diz ele calmamente, sorrindo para mim, mas o
sorriso não chega aos seus olhos. Merda! A adrenalina percorre meu corpo.
Ele pega o telefone novamente.

"Tudo certo na 520. Assim que alcançarmos... Sim... Farei isso." Ele enfia o
telefone na base com alto-falante, ficando com a mão livre.

"Qual o problema, Christian?"

"Apenas olhe para onde está indo, bebê", diz ele em voz baixa.

Estou chegando na rampa de acesso da 520 em direção à Seattle. Quando eu
olho para Christian, ele está olhando para frente

"Não quero que você entre em pânico", diz ele calmamente. "Mas assim que
entramos na 520, eu quero que pise no acelerador. Estamos sendo seguidos."
Seguidos! Puta merda. Meu coração salta para minha boca, batendo forte, meu
couro cabeludo se arrepia e minha garganta contrai com o pânico. Seguidos
por quem? Meus olhos miram o espelho retrovisor e, com certeza, o carro
escuro que vi anteriormente ainda está atrás de nós.

Porra! É esse carro? Aperto os olhos para enxergar através do para-brisa
opaco para ver quem está dirigindo, mas não dá pra ver nada.

"Mantenha seus olhos na estrada, bebê", Christian diz suavemente, não no tom
duro que ele costuma usar quando meu jeito de dirigir o preocupa.

Controle-se! Eu mentalmente me estapeio para dominar o medo que está
ameaçando inundar-me. Imagine se quem está nos seguindo estiver armado?
Armado e atrás de Christian! Merda! Sou atingida por uma onda de náusea.
"Como sabemos que estamos sendo seguidos?" Minha voz é um breve,
estridente sussurro.

"O Dodge atrás de nós tem placas falsas". Como ele sabe disso?

Eu sinalizo enquanto nos aproximamos da rampa da 520. É fim de tarde, e
embora a chuva tenha parado, a pista está molhada. Felizmente, o tráfego é
razoavelmente tranquilo.

A voz Ray ecoa na minha cabeça sobre uma de suas muitas aulas de autodefesa.


"É o pânico que vai matá-lo ou deixá-la seriamente ferida, Annie." Eu respiro
fundo, tentando manter minha respiração sob controle. Quem está nos
seguindo está atrás de Christian. Enquanto respiro tentando me tranquilizar,
minha mente começa a clarear e meu estômago se acalma. Tenho que manter
Christian à salvo. Eu queria dirigir este carro, e queria dirigi-lo rápido. Então,
essa é minha chance. Eu agarro o volante e dou um último olhar no meu
espelho retrovisor. A Dodge está se aproximando de nós.



Eu diminuo a velocidade, ignorando o súbito olhar de pânico de Christian para 
mim, e minha entrada na 520 para que o Dodge tenha que diminuir e parar
para esperar por uma brecha no trânsito. Eu entro na ponte e acelero forte. O
R8 se atira para frente, comprimindo-nos contra nossos assentos. O
velocímetro pula para cento e vinte quilômetros por hora.

"Segure firme, bebê", diz Christian calmamente, embora eu tenha certeza de
que ele está tudo menos calmo.

Eu costuro por entre as duas fileiras de tráfego como uma peça preta em um
jogo de damas, efetivamente ultrapassando os carros e caminhões. A ponte
fica tão perto do lago abaixo, que é como se estivéssemos dirigindo sobre a
água. Propositadamente ignoro o olhar de raiva e desaprovação dos outros
motoristas. Christian aperta uma mão na outra em seu colo, mantendo-se o
mais imóvel possível, e apesar dos meus pensamentos febris, me pergunto
vagamente se ele está fazendo isso para não tirar minha atenção.

"Boa menina", ele respira em incentivo. Ele olha por trás dele. "Não consigo ver

o Dodge."
"Estamos bem atrás do unsub, Sr. Grey." A voz de Sawyer sai do auto-falante.
"Ele está tentando alcançá-lo, senhor. Nós vamos tentar emparelhar, colocando
nosso carro entre seu e o Dodge." Unsub? O que isso significa?

"Ótimo. Sra. Greay está indo bem. Nesse ritmo, desde que o tráfego
permaneça tranquilo –
e pelo que posso ver, está –
sairemos da ponte, em
poucos minutos."

"Senhor".

Ultrapassamos a torre de controle da ponte em disparada, e percebo que
estamos na metade do lago Washington. Quando verifico minha velocidade, eu
ainda estou à Cento e Vinte.

"Você está indo muito bem, Ana," Christian murmura novamente enquanto olha
para fora pela parte traseira do R8. Por um breve momento, seu tom me faz
lembrar do nosso primeiro encontro em sua sala de jogos, quando ele
pacientemente me incentivou através de nossa primeira vez lá. O pensamento
me distrái, e eu a coloco de lado imediatamente.

"Para onde eu estou indo?" Pergunto, moderadamente mais calma. Agora que
me acostumei com carro. É um prazer dirigi-lo, tão silencioso e fácil de
manusear, é difícil de acreditar o quão rápido estamos indo. É fácil dirigir a esta
velocidade com este carro.

"Sra. Grey, dirija-se para I-5 e depois para sul. Queremos ver se o Dodge a
seguirá por todo o caminho", Sawyer diz através do alto-falante. A luz do sinal 
de trânsito está verde -Graças a Deus –
e eu continuo em frente.



Olho nervosamente para Christian, e ele sorri tranquilizador. Então, sua cabeça
se abaixa.

"Merda!", Ele xinga devagar.
Há uma fila de carros à frente enquanto saímos da ponte, e eu tenho que
diminuir.


Olhando ansiosamente no espelho mais uma vez, acho que encontro o Dodge.
"Dez ou mais carros atrás?"
"Sim, estou vendo", diz Christian, olhando através da estreita janela traseira.


"Me pergunto que diabos é?"


"Eu também. Temos como saber se é um homem dirigindo?" Eu deixo escapar
para o BlackBerry na base.
"Não, Sra. Grey. Poderia ser um homem ou mulher. O vidro é muito escuro."
"Uma mulher?" Diz Christian.
Eu dou de ombros. "A sua Sra. Robinson?" Eu sugiro, não tirando os olhos da


estrada.
Christian fica tenso e retira o BlackBerry fora da base. "Ela não é a minha Sra. 


Robinson", ele rosna. "Não falo com ela desde o meu aniversário. E Elena não
faria isso. Não é seu estilo."
"Leila?"
"Ela está em Connecticut com seus pais. Eu te disse".
"Você tem certeza?"
Ele faz uma pausa. "Não. Mas se ela tivesse fugido, tenho certeza que os pais


dela teriam dito ao Flynn. Vamos discutir isso quando estivermos em casa.
Concentre-se no que está fazendo."

"Mas poderia ser um carro qualquer."
"Não vou correr nenhum risco. Não quando você está envolvida", diz
abruptamente. Ele recoloca o BlackBerry na base, então voltamos a estar em
contato com nossa equipe de segurança.


Oh merda. Eu não quero deixar Christian irritado agora... mais tarde talvez. Eu 
seguro minha língua. Felizmente, o tráfego está diluindo um pouco. Consigo
acelerar pela interseção Mountlake em direção à I-5, costurando por entre os
carros novamente.




"E se formos parados pela polícia?" Pergunto.

"Seria uma coisa boa."

"Não para minha carteira de motorista."

"Não se preocupe com isso", diz ele. Inesperadamente, eu ouço humor em sua
voz.

Eu acelero novamente, e atinjo cento e vinte. Caramba, esse carro corre.
Amei –
É tão gostoso. Chego a centro e trinta e seis. Acho que nunca dirigi
assim tão rápido. Já estaria com sorte se meu fusca atingisse oitenta
quilômetros por hora.

"Ele contornou tráfego e está aumentando a velocidade." A voz etérea de
Sawyer é calma e informativa. "Ele está andando a cento e quarenta e quatro."

Merda! Mais rápido! Eu aperto o acelerador e o carro ruge a cento e cinquenta
e dois quilômetros por hora, enquanto nos aproximamos da interseção I-5.

"Bom trabalho, Ana," Christian murmura.

Eu diminuo momentaneamente enquanto deslizo para a I-5. A interestadual
está bastante tranquila, e consigo atravessar direto até a pista de alta
velocidade em uma fração de segundo. Enquanto meu pé aperta fundo, o
glorioso R8 ruge em frente, e voamos para a faixa da esquerda, os simples
mortais saem da frente para nos deixar passar. Se eu não estivesse tão
assustada, eu poderia realmente estar gostando disto.

"Ele chegou a cento e sessenta quilômetros por hora, senhor."

"Alcance-o, Luke," Christian grita para Sawyer.

Luke?

Um caminhão entra do nada na faixa rápida –
Merda! –
e tenho que pisar no
freio.

"Filho da puta!" Christian xinga o motorista enquanto somos jogados para
frente. Agradeço pelo nosso cinto de segurança.

"Contorne-o, bebê", diz Christian com os dentes cerrados. Eu verifico meus
espelhos e corto três pistas à direita. Ultrapassamos os veículos mais lentos e,
em seguida, voltamos para a faixa mais rápida.

"Grande jogada, Sra. Grey," Christian murmura apreciando. "Onde estão os
policiais quando se precisa deles?"

"Eu não quero uma multa, Christian," Eu susurro, concentrando-me na estrada 
à frente. "Você já levou alguma multa dirigindo esse carro?"



"Não", diz ele, mas olhando rapidamente para ele, posso ver seu sorriso.
"Você já foi parado?"
"Sim".
"Oh".
"Charme, Sra. Grey. Tudo se resolve com charme. Agora se concentre. Onde


está o Dodge, Sawyer?"
"Ele acabou de alcançar cento e setenta e seis, senhor." Sawyer diz.
Puta merda! Meu coração salta mais uma vez para minha boca. Consigo dirigir


mais rápido do que isso? Eu empurro meu pé para baixo mais uma vez e


disparo ainda mais pelo trânsito.
"Pisque os faróis," ordena Christian, quando um Ford Mustang não sai da
frente.


"Mas isso faria de mim uma idiota."
"Então, haja como uma idiota!", Ele solta.
Putz. Ok! "Um, onde ficam os faróis?"
"A alavanca. Puxe-a para si."


Eu faço isso, e o Mustang sai da frente, mas não antes do motorista levantar o


dedo para mim de uma maneira não muito educada. Eu o ultrapasso.
"Ele que é babaca", diz Christian baixinho, então grita para mim "pegue a
Stewart."

Sim senhor!

"Nós estamos tomando a saída da rua Stewart," Christian diz a Sawyer.

"Direto para o Escala, senhor."

Eu diminuo a velocidade, verifico meus espelhos, dou sinal, em seguida,
atravesso com surpreendente facilidade quatro pistas da rodovia e descendo a
rampa de saída. Entrando na rua Stewart, nos dirigimos para o sul. A rua está
tranquila, com poucos veículos. Cadê todo mundo?

"Nós tivemos muita sorte com o trânsito. Mas isto significa que o Dodge
também terá. Não desacelere, Ana. Nos leve pra casa."

"Não consigo me lembrar do caminho", falo baixinho, em pânico pelo fato de o
Dodge ainda está nos seguindo.



"Vá para o sul na Stewart. Continue indo até que eu diga onde." Christian
parece ansioso novamente. Eu ando rápido passando por 3 quarteirões, mas a
luz muda para amarelo na Avenida Yale.

"Avance, Ana," Christian grita. Eu pulo tão alto que piso no acelerador,
jogando nós dois de volta em nossos lugares, acelerando através da luz
vermelha agora.

"Ele está pegando a Stewart," Sawyer diz.
"Continue atrás dele, Luke."
"Luke?"
"Esse é o nome dele."
Dou uma rápida olhada e posso ver Christian me olhando como se eu fosse


maluca. "Olhos na estrada", ele fala abruptamente.
Eu ignoro o seu tom. "Luke Sawyer."
"Sim!" Ele soa exasperado.
"Ah." Como é que eu não sabia disso? O homem tem me seguido no trabalhar


nas últimas seis semanas, e eu nem sabia que seu primeiro nome.
"Esse sou eu, senhora", Sawyer diz, assustando-me, no entanto ele está


falando com numa voz calma, monótona, que ele sempre usa. "O unsub está
se dirigindo para a Stewart, senhor. Ele está andando muito rápido."
"Vai, Ana. Menos dessa porra de papo-furado", Christian rosna.
"Estamos parados no primeiro sinal da Stewart." Sawyer nos informa.
"Ana –
rápido –
aqui", grita Christian, apontando para um estacionamento no


lado sul da Avenida Boren. Eu viro, os pneus gritando em protesto enquanto


faço o desvio para o estacionamento lotado.
"Ande em volta dele. Rápido" ordena Christian. Dirijo o mais rápido que posso
para a parte de trás, fora da vista da rua. "Ali". Christian aponta a uma vaga.
Merda! Ele quer que eu estacione. Droga!


"Apenas estacione essa porra", diz ele. Então eu faço.... perfeitamente.


Provavelmente a única vez que eu já estacionei perfeitamente.
"Estamos escondidos no estacionamento entre a Stewart e a Boren," Christian
diz para o BlackBerry.




"Ok, senhor." Sawyer parece irritado. "Fique onde está, nós vamos seguir o
unsub."

Christian se vira para mim, seus olhos procurando o meu rosto. "Você está
bem?"

"Claro", eu sussurro.

Christian sorri. "Quem quer que esteja dirigindo aquele Dodge não pode nos
ouvir, entendeu." E eu rio.

"Estamos passando pela Stewart e na Boren agora, senhor. Estou vendo o
estacionamento. Ele passou reto, senhor."

Nós dois relaxamos com alívio.

"Muito bom, Sra. Grey. Dirigiu muito bem". Christian delicadamente acaricia
meu rosto com a ponta dos dedos, e eu pulo com o contato, inalando
profundamente. Não tinha ideia de que estava segurando a minha respiração. 

"Isso significa que você vai parar de reclamar sobre como eu dirijo?" Eu
pergunto. Ele ri –
uma grande gargalhada.

"Eu também não chegaria a tanto."

"Obrigado por me deixar dirigir seu carro. Mesmo nessa circunstância
interessante." Eu tento desesperadamente para manter minha voz leve.

"Talvez eu deva dirigir agora."

"Pra ser franca, acho que não consigo me levantar agora e deixar você se
sentar. Minhas pernas estão como gelatina." De repente eu estou tremendo e 
sacudindo.

"É a adrenalina, bebê", diz ele. "Você foi incrivelmente bem, como sempre.
Você sempre me surpreende, Ana. Nunca me decepciona." Ele toca meu rosto
ternamente com as costas de sua mão, o rosto cheio de amor, medo,
arrependimento –
tantas emoções ao mesmo tempo –
e suas palavras são
minha perdição. Sobrecarregada, um soluço estrangulado escapa da minha
garganta apertada, e eu começo a chorar.

"Não, querida, não. Por favor, não chore." Ele estende o braço e, apesar do
espaço limitado, me puxa por cima do apoio de braço para me embalar no colo.

Tirando com cuidado meu cabelo do meu rosto, ele beija meus olhos, meu
rosto, e eu enrolo meus braços em torno dele e soluço baixinho em seu
pescoço. Ele enterra o nariz no meu cabelo e me envolve em seus braços, me
segurando apertado enquanto estamos sentados, nenhum de nós dizendo
nada, apenas abraçados.



A voz de Sawyer nos assusta. "O unsub diminuiu a velocidade em frente ao
Escala. Está estudando o prédio."

"Siga-o," cristão fala rapidamente.

Eu limpo meu nariz nas costas da minha mão e respiro profundamente.

"Use minha camisa." Christian beija minha testa.

"Desculpe," Eu murmuro, envergonhada por meu choro.

"Pelo quê? Não tem porquê."

Eu limpo meu nariz outra vez. Ele levanta meu queixo e as planta um beijo
suave nos meus lábios. "Seus lábios ficam tão macios quando você chora,
minha menina, linda e corajosa", ele sussurra.

"Me beije de novo."

Christian para, uma mão nas minhas costas, a outro no meu traseiro.

"Me beije," eu respiro, e vejo seus lábios se abrirem enquanto ele respira
fortemente. Inclinando-se sobre mim, ele tira o BlackBerry da base, e o joga no
banco do motorista ao lado dos meus pés. Então, sua boca está na minha
enquanto ele move sua mão direita no meu cabelo, me segurando no lugar, e 
levanta a esquerda para segurar meu rosto. Sua língua invade minha boca, e a
recebo. A adrenalina se transforma em desejo cruzando meu corpo. Eu agarro
seu rosto, correndo os dedos sobre as costeletas, saboreando o gosto dele. Ele
geme com minha resposta febril, um gemido baixo e profundo em sua
garganta, e minha barriga se aperta muito rapidamente com o desejo carnal.
Sua mão se move para baixo do meu corpo, roçando meu peito, minha
cintura, até meu traseiro. Eu me mexo um pouco.

"Ah!", ele diz e se separa de mim, sem fôlego.

"O quê?" Eu murmuro contra seus lábios.

"Ana, estamos em um estacionamento em Seattle".

"E daí?"

"Bem, eu queria te foder agora, e você fica se esfregando em mim... Não me
sinto confortável em fazer isso aqui"

Meu desejo incontrolável se contorce com suas palavras, apertando todos os 
meus músculos abaixo da minha cintura, mais uma vez.

"Me fode então." Eu beijo o canto da sua boca. Eu quero que ele. Agora. A
perseguição de carro foi emocionante. Muito excitante. Aterrorizante... e o



medo despertou minha libido. Ele se inclina para trás para olhar para mim, seus
olhos escuros e encobertos.

"Aqui?" Sua voz é rouca.

Minha boca fica seca. Como ele pode me deixar acesa com uma palavra?
"Sim. Eu quero você. Agora."

Ele inclina a cabeça para um lado e olha para mim por alguns segundos. "Sra. 
Grey, que sem-vergonha", ele sussurra, após o que parece ser uma eternidade.
Sua mão aperta meu cabelo na nuca, segurando-me firmemente no lugar, e
sua boca está na minha novamente, com mais força desta vez. Sua outra mão
se move pelo meu corpo, para baixo sobre a minha bunda e para mais abaixo 
na metade da minha coxa. Meus dedos se enrolam em seu cabelo mais
cumprido.

"Estou tão feliz por você está usando uma saia", ele murmura enquanto desliza
a mão por baixo da minha estampada saia azul e branca para acariciar minha
coxa. Eu me contorço mais uma vez em seu colo e o ar sai por entre os dentes.

"Fique quieta", resmunga. Ele coloca as mãos no meu sexo, e eu fico parada
imediatamente. Seu polegar esfrega meu clitóris, e minha respiração trava na
minha garganta enquanto o prazer explode muito intenso fundo, muito fundo,
dentro de mim.

"Quietinha", ele sussurra. Ele me beija mais uma vez enquanto seu polegar se
move gentilmente em círculos em mim através da minha caríssima langerie.
Lentamente, ele escorrega dois dedos por dentro da minha calcinha e
enfiando-os em mim. Eu gemo e flexionar os quadris em direção a sua mão.
"Por favor", eu sussurro.

"Oh, Sra. Grey. Você está tão pronta", diz ele, deslizando os dedos dentro e
fora, girando devagar. "Perseguições de carro te excitam?"

"Você me excita."

Ele me dá um sorriso ávido e retira seus dedos de repente, deixando-me
querendo mais. Ele passa o braço sob meus joelhos e, pegando-me de
surpresa, levanta-me e me gira para que eu fique de frente para o para-brisa
traseiro.

"Coloque suas pernas ao meu redor", ordena, colocando suas pernas juntas no
centro do chão do carro. Faço como ele disse, colocando meus pés ao lado
dos seus. Ele passa as mãos descendo pelas minhas coxas, depois para cima,
puxando a minha saia.

"Coloque as mãos nos meus joelhos, bebê. Incline-se para frente. Levante essa
bunda maravilhosa. Cuidado com a cabeça."



Merda! Nós realmente vamos fazer isso, em um estacionamento público. Passo
o olho rapidamente pela área a nossa frente e não vejo ninguém, mas sinto
uma excitação fluindo através de mim. Estou num estacionamento público! Isso
é tão quente! Christian se mexe embaixo de mim, e eu ouço o revelador som
de seu zíper. Colocando um braço em volta da minha cintura e com a outra
mão puxando minha calcinha rendada para o lado, ele me enfia em um
movimento rápido.

"Ah!" Eu grito, me esfregando em cima dele, e sua respiração sopra por entre
os dentes. Seu braço sobe até meu pescoço e ele agarra meu queixo.

Sua mão esfrega por todo meu pescoço, me puxando para trás e inclinando
minha cabeça para um lado para que possa beijar minha garganta. Sua outra e
mão aperta meu quadril e começamos a nos mover juntos.

Empurro-me para cima com os pés, e ele se inclina em mim, dentro e fora. A
sensação é... Eu gemo alto. É tão profundo desse jeito. Minha mão esquerda 
se fecha ao redor do freio de mão, minha mão direita apoiando-se na porta.
Seus dentes mordem minha orelha e ele enfia fundo –
é quase doloroso. Ele
mete de novo e de novo em mim. Eu subo e desço, e quando firmamos um
ritmo, ele move a mão embaixo da minha saia até a parte alta das minhas
coxas, e seus dedos suavemente provocam meu clitóris através da minha
bordada calcinha transparente.

"Ah!"

"Não. Demore." ele respira no meu ouvido com os dentes cerrados, a mão
ainda em volta do meu pescoço abaixo do meu queixo. "Precisamos fazer isso
rápido, Ana". E ele aumenta a pressão de seus dedos contra o meu sexo.
"Ah!" Eu sinto o familiar prazer aumentando, crescendo profunda e
enormemente dentro de mim.

"Vamos, bebê", ele ruge na minha orelha. "Quero ouvi-la."

Gemo mais uma vez, e sou toda sensações, meus olhos bem fechados. Sua
voz no meu ouvido, sua respiração no meu pescoço, o prazer irradiando a
partir de onde os dedos provocam meu corpo e onde ele bate dentro de mim, e
me deixo levar. Meu corpo assume o controle, o desejo me consumindo.

"Sim", Christian sopra em meu ouvido e eu abro meus olhos por um instante,
olhando turbulentamente para o teto do R8, e os aperto bem fechados
novamente enquanto gozo em cima dele.

"Oh, Ana", ele murmura, maravilhado, e envolve seus braços ao meu redor e
me enfia uma última vez enquanto o clímax o atinge.

Ele corre o nariz ao longo do meu queixo e suavemente beija minha garganta, 
minha bochecha, minha testa enquanto estou deitada sobre ele, minha cabeça
pendendo contra seu pescoço.



"Tensão aliviada, Sra. Grey?" Christian fecha seus dentes em volta da minha
orelha de novo e a puxa. Meu corpo está esgotado, totalmente exausto, e eu
choramingo. Sinto o seu sorriso contra mim.

"Com certeza ajudou com a minha", acrescenta ele, tirando-me de cima dele.
"Perdeu sua voz?"

"Sim", murmuro.

"Bem, não é você que é a criatura devassa? Não tinha ideia que fosse tão
exibicionista".

Sento-me imediatamente, alarmada. Ele fica tenso. "Ninguém está olhando,
está?" Olho ansiosamente ao redor do estacionamento.

"Você acha que eu deixaria qualquer um assistir minha esposa gozar?" Ele
acaricia minhas costas tranquilizador, mas o tom de sua voz me provoca
arrepios na espinha. Eu me viro para olhar para ele e sorrio maliciosamente.

"Sexo no carro!" Eu exclamo.

Ele sorri e coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. "Vamos voltar.
Eu dirijo."

Ele abre a porta para me deixar pular de seu colo e saio para o
estacionamento. Quando vejo, ele está saltando rapidamente também. Ele me
segue e, em seguida, mantém a porta aberta para que eu possa voltar para
dentro do carro. Caminhando rapidamente ao redor para o lado do motorista,
ele entra ao meu lado, pega o BlackBerry, e faz uma ligação.
"Onde está o Sawyer?", Ele fala abruptamente. "E o Dodge? Como Sawyer
Não está com você?"

Ele escuta atentamente a Ryan, eu presumo.

"Ela?", Ele suspira. "Siga-a." Christian desliga e olha para mim.

Ela! O motorista do carro? Quem poderia ser –
Elena? Leila?

"O motorista do Dodge é mulher?"

"É o que tudo indica", diz ele calmamente. Sua boca se aperta em uma linha
fina com raiva. "Vamos para casa", ele resmunga. Ele liga o R8 com um rugido
e manobra suavemente para fora da vaga.

"Onde está o, er... unsub? A propósito o que isso significa? Parece muito
BDSM."

Christian sorri brevemente enquanto desliza o carro para fora do
estacionamento e retorna para a rua Stewart.



"Significa Assunto Desconhecido. Ryan é ex-agente do FBI."

"Ex-agente?"

"Não pergunte". Christian balança a cabeça. É óbvio que ele está pensativo.

"Bem, onde está esta mulher unsub?"

"Na I-5, rumo ao sul." Ele olha para mim, seus olhos tristes.

Putz –
de apaixonado para calmo e para ansioso num pequeno intervalo. Eu
estendo a mão e acaricio sua coxa, correndo os dedos com prazer até a
costura interna da calça jeans, desejando melhorar seu humor. Ele tira a mão
do volante e interrompe a lenta subida da minha mão.

"Não", diz ele. "Já fizemos tudo que podíamos. Você não quer me fazer
provocar um acidente a três quarteirões de casa." Ele levanta minha mão aos
lábios e dá um beijo indiferente em meu dedo indicador para amenizar sua
censura. Tranquilo, calmo, autoritário... Meu Cinquenta. E pela primeira vez em
tempos ele faz com que me sinta uma criança rebelde. Eu retiro minha mão e 
fico sentada em silêncio por um tempo.

"Mulher?"

"Aparentemente, sim." Ele suspira, entra na garagem subterrânea do Escala, e
aperta o código de acesso no teclado de segurança. O portão balança se
abrindo e ele se dirige, calmamente estacionando o R8 na sua vaga.
"Gosto muito deste carro", murmuro.

"Eu também. E gostei de como você lidou com tudo –
e como você conseguiu
não batê-lo."

"Você pode me comprar um no meu aniversário", eu sorrio para ele.

A boca de Christian se abre em surpresa enquanto eu saio do carro.

"Um branco, eu acho", eu acrescento, inclinando-me e sorrindo para ele.

Ele sorri. "Anastasia Grey, você nunca deixa de me surpreender." Eu fecho a
porta e caminho até a ponta do carro para esperar por ele. Graciosamente ele
sai, me olhando com aquele olhar... quele olhar que desperta algo dentro de
mim. Conheço bem aquele olhar. Quando chega na minha frente, ele se inclina
e sussurra: "Você gosta do carro. Eu gosto do carro. Eu te comi nele... talvez
eu devesse te foder em cima dele."

Eu suspiro. E um elegante BMW prata entra na garagem. Christian o olha
ansiosamente, em seguida, com aborrecimento, sorri para mim.

"Mas parece que temos companhia. Venha." Ele agarra minha mão e se
encaminha para o elevador da garagem. Ele pressiona o botão de chamada e,



enquanto esperamos, o motorista do BMW se une a nós. Ele é jovem,
casualmente vestido, com cabelo longo, escuro em camadas. Ele se como
alguém que trabalha na mídia.

"Oi", diz ele, sorrindo calorosamente para nós.

Christian coloca o braço em volta de mim e acena com a cabeça
educadamente.
"Acabei de me mudar. Apartamento desesseis".
"Olá". Eu sorrio de volta. Ele tem olhos castanhos tranquilos e gentis.
O elevador chega e todos nós entramos. Christian olha para mim, sua


expressão ilegível.
"Você é Christian Grey", diz o jovem.
Christian lhe dá um sorriso apertado.
"Noah Logan." Ele estende a mão. Relutantemente, Christian a aceita. "Qual o 


andar?" Noah pergunta.
"Eu tenho que inserir um código."
"Oh".
"Cobertura".
"Oh". Noah sorri. "Claro." Ele aperta o botão para o oitavo andar e as portas se


fecham. "Sra. Grey, imagino".
"Sim." Eu lhe dou um sorriso educado e apertamos as mãos. Noah fica um


pouco vermelho enquanto olha para mim por um pouco mais de tempo. Eu fico
vermelha como ele e o braço de Chritian se aperta em torno de mim.
"Quando você se mudou?" Pergunto.
"No último fim de semana. Adorei o lugar."
Um silêncio desconfortável se instala antes do elevador parar no andar de


Noah.
"Prazer conhecê-los", diz ele soando aliviado e sai. As portas se fecham.




ço.
“Você foi muito desobediente” ele murmura em meu ouvido, enviando deliciosos arrepios em meu



corpo.

“Sim”, eu suspiro.
“Hmm. O que faremos sobre isso?”
“Aprender a conviver com isso”, eu respiro. Seus beijos macios estão me deixando louca. Ele sorri
contra o meu pescoço.


“Ah, Sra. Grey. Você é muito otimista”.


Ele enrijece. Pegando meu cabelo, ele delicadamente o reparte em três mechas e as trança
lentamente e prende no final.
Ele puxa minha trança e suavemente se inclina para o meu ouvido.
"Eu vou te ensinar uma lição", ele murmura.
Movendo-se subitamente, ele me agarra pela cintura, senta-se na cama e me puxa em seu joelho, de
forma que eu sinto sua ereção contra minha barriga.
Ele bate forte em meu traseiro. Eu grito, e então estou de costas na cama e ele está olhando para
mim, os olhos cinza queimando. E eu vou entrar em combustão.


“Você tem ideia de como é linda?” Ele arrasta as pontas dos dedos até minha coxa, fazendo

cócegas... em todos os lugares. Sem tirar os olhos de mim, ele se levanta da cama e pega os dois
pares de algemas. Ele agarra minha perna esquerda e encaixa uma das algemas em meu tornozelo.
Oh!
Levantando minha perna direita, ele repete o processo, de modo que eu tenho um par de algemas
em cada um de meus tornozelos.
Eu ainda não tenho ideia de onde vai prendê-las.
“Sente-se”, ele ordena, e eu falo imediatamente.
“Agora abrace seus joelhos”. Eu pisco para ele e puxo minhas pernas de modo que elas estão
dobradas em frente de mim e coloco meus braços em torno delas. Ele se abaixa, levanta meu queixo
e me dá beijos macios em meus lábios antes de colocar a venda sobre meus olhos. Eu não vejo nada,
e tudo que posso ouvir é a minha respiração rápida e o som da água batendo contra as laterais do
iate enquanto este flutua sobre o mar.
Oh, eu já estou tão excitada.
"Qual é a palavra de segurança, Anastasia?".
"Picolé".


“Bom”. Tomando minha mão, ele coloca uma das algemas em meu pulso e repete o processo com o

meu pulso direito. Minha mão esquerda está presa ao meu tornozelo esquerdo, e minha mão direita
está presa ao meu tornozelo direito. Eu não consigo esticar minha perna. Puta merda.
“Agora”, Christian respira. “Eu vou te foder até você gritar”.
O quê? Todo o meu ar deixa o meu corpo.
Ele agarra meus saltos, e me inclina de volta, de modo que eu caio de costas na cama. Eu não tenho
escolha a não ser continuar com minha perna dobrada. As algemas machucam quando eu puxo meus
pulsos contra elas. Ele está certo... elas machucam até quase doer... isso é estranho, ser amarrada e
vulnerável em um barco. Ele separa meus tornozelos, e eu gemo.
Ele beija dentro de minha coxa, e eu quero me contorcer embaixo dele, mas eu não posso. Eu não
consigo mexer meus quadris. Meus pés estão suspensos no ar. Eu não consigo me mexer. Puta
merda.
“Você vai ter que absorver todo o prazer, Anastasia. Sem se mover.” Ele murmura enquanto se
rasteja até meu corpo, me beijando na borda do biquíni.
Ele puxa as cordas de casa lado, e o resto do biquinho cai. Eu estou agora pelada e à sua mercê. Ele
beija minha barriga, beliscando meu umbigo com os dentes.

“Ah” eu suspiro. Isso vai ser difícil... Eu não tinha ideia. Ele percorre beijos macios e pequenas

mordidas em meus seios.

“Shhhh...” ele me acalma. “Você é tão linda, Ana.”

Eu gemo, frustada. Normalmente ei estaria movendo meus quadris, respondendo ao seu toque com
meu próprio ritmo, mas eu não posso me mexer. Eu gemo, puxando minhas algemas. O metal puxa
minha pele.



“Argh!” Eu choro. Mas eu realmente não ligo.
“Você me deixa louco.” Ele sussurra. “Então vou te deixar louca também.” Ele está deitado em mim
agora, sustentando seu peso em seus cotovelos, e ele volta a sua atenção aos meus seios. Mordendo,
chupando, rolando meus mamilos entre seus dedos, me levando ao êxtase. Ele não para. É
enlouquecedor. Oh. Por favor. Sua ereção se empurra contra mim.


“Christian” eu imploro, e sinto seu sorriso triunfante contra minha pele.
“Eu deveria fazer você gozar assim?” ele murmura contra meu mamilo, fazendo esse se endurecer
ainda mais. “Você sabe que eu posso”. Ele chupa forte meu mamilos e eu gemo, prazer indo do meu
peito até o meu sexo. Eu puxo vulneravelmente as algemas, inundada pela sensação.


“Sim”, eu choramingo.
“Oh baby, assim seria muito fácil”.
“Oh, por favor.”
“Shh”. Seus dentes mordem meu queixo enquanto ele arrasta seus lábios a minha boca e eu suspiro.


Ele me beija. Sua língua hábil invade minha boca, me degustando, e explorando, me dominando,
mas minha língua encontra seu desafio, contorcendo-se à sua. Ele tem gosto de cool gin e Christian
Grey, e tem cheiro de mar. Ele agarra meu queixo, segurando minha cabeça.

“Parada, baby. Eu quero você parada.” Ele sussurra contra minha boca.
“Eu quero te ver.”
“Oh, não, Ana. Vai ser mais intenso desse jeito.” E agonizantemente devagar ele flexiona seus
quadris e empurra contra mim. Eu inclinaria minha pélvis em encontro à dele, mas não posso me
mexer. Ele retira.


“Ah! Christian, por favor!”
“ Novamente?” ele brinca com a voz rouca.
“Christian!”


Ele lentamente se empurra contra mim novamente e para enquanto me beija, seus dedos girando
meus mamilos. É um prazer insuportável.

“Não!”
“Você me quer, Anastasia?”
“Sim”, eu imploro.
“Fale”, ele murmura, sua respiração ofegante, e ele brinca comigo mais uma vez – dentro ... e fora.
“Eu quero você” eu choramingo. “Por favor”.


Eu ouço seu suave suspiro contra meu ouvido.

“E você me terá, Anastasia.”

Ele levanta-se e me bate. Eu grito, inclinando a cabeça em minhas costas, puxando as algemas
enquanto ele me bate em meu sexo, e a sensação está intensamente me inundando, por toda parte,
uma doce agonia, e eu não posso me mover. Ele entra profundamente em mim, e o movimento
irradia dentro de mim.

“Porque você me desafia, Ana?”
“Christian, para...”

Ele circula dentro de mim novamente, ignorando meu apelo, indo lentamente pra fora, e me
preenchendo novamente.
“Diga-me. Por quê?” Ele sussurra, e eu percebo que ele fala entre dentes.
Eu gemo incoerentemente... isso é demais.


“Me diga”
“Christian...”
“Ana, eu preciso saber.”


Ele entra em mim novamente, empurrando profundamente, de novo e de novo, e eu estou perdida,
tentando absorver o prazer. É enlouquecedor, eu tento esticar minhas pernas para controlar meu
orgasmo, mas não consigo... eu estou vulnerável. Eu sou sua, apenas sua, para fazer o que ele
desejar...Lágrimas invadem meus olhos. Isso é muito intenso. Eu não posso o impedir. Eu não quero

o impedir...eu quero...eu quero...oh...não, oh não... isso é muito...


“Isso” Christian geme.”Sinta, baby!”

Eu explodo contra ele, de novo e de novo, gritando alto enquanto o meu orgasmo me rasga ao meio,
queimando em mim como um fogo descontrolado – consumindo tudo.
Eu me contorço, com lágrimas escorrendo pelo meu rosto, deixando meu corpo pulsando e
tremendo.
Eu estou consciente que Christian se ajoelha, ainda dentro de mim, puxando-me para seu colo.
Ele agarra minha cabeça com uma mão, e minhas costas com outra, e ele entra violentamente dentro
de mim, enquanto minhas entranhas continuam a tremer, em orgasmos secundários.
É desgastante, é cansativo, é um inferno... é o céu.
Christian retira a venda e me beija. Beija meus olhos, meu nariz, minhas bochechas. Ele beija
minhas lágrimas, segurando meu rosto entre suas mãos.
“Eu te amo, Sra, Grey,” ele respira “Mesmo que me deixe tão bravo – eu me sinto tão vivo com
você”. Eu não tenho energia para abrir meus olhos, ou responde-lo. Gentilmente, ele me deita na
cama e sai de mim. Eu falo algo em protesto. Ele sai da cama e tira as minhas algemas. Quando
estou livre, ele esfrega gentilmente meus pulsos e tornozelos, depois deita ao meu lado, me
envolvendo com seus braços. Eu estico minhas pernas. Oh meu, isso é muito bom. Eu me sinto bem.
Esse foi, sem dúvida, o orgasmo mais intenso que eu já tive.
Hmm... sexo de punição dos Cinquenta sombras de Christian Grey.
Eu tenho que me comportar mal mais vezes.
Minha bexiga cheia me acorda. Quando abro meus olhos, estou desorientada. Está escuro lá fora.
Onde estou? Londres? Paris? Oh – o barco. Eu sinto seu passo e ouço o zumbido tranquilo de
motores. Estamos em movimento. Que estranho.
Christian está ao meu lado, trabalhando em seu laptop, vestindo informalmente com uma roupa
branca, seus pés descalços. Seu cabelo ainda está molhado, e eu posso sentir o cheiro de sabonete
do seu banho, e seu cheiro de Christian...Hmm.


“Oi”, ele murmura, olhando pra mim, seus olhos quentes.
“Oi”. Sorrio, me sentindo subitamente tímida. “Por quanto tempo eu dormi?”
“Uma hora, mais ou menos.”
“Estamos nos movendo?”
“Eu percebi que desde que comemos noite passada e fomos para o balé e para o Casino que gostaria
de jantar no barco hoje à noite. Uma noite quieta à deux ( à dois).”
Eu sorrio para ele. “Onde estamos indo?”
“Cannes”
“Ok” eu me espreguiço, me sentindo rígida. Nenhum treinamento com Claude poderia me preparar


para essa tarde.
Eu me levanto lentamente, precisando ir ao banheiro. Agarrando meu robe de dessa, eu rapidamente


o coloco. Por que sou tão tímida? Eu sinto os olhos de Christian em mim. Quando eu olho para ele,
ele retorna para seu laptop, com a testa franzida.
Quando eu distraidamente lavo minhas mãos, me lembrando da noite passada no Casino, meu
manto cai aberto. Eu olho para mim mesma no espelho, chocada.
Puta merda! O que ele fez em mim?


Eu encaro com horror para todas as marcas vermelhas por todo o meu seio. Chupões! Eu
tenho chupões! Eu sou casada com um dos empresários mais respeitados nos EUA e ele me
deu malditos chupões. Como é quer eu senti quando ele os fez? Eu coro. O fato é que eu sei
exatamente o porquê -Senhor Orgásmico usou suas habilidades sexuais em mim.

Meu subconsciente espia sobre seus óculos meia-lua e balança a cabeça desaprovando
enquanto minha deusa interior tira uma soneca em sua espreguiçadeira. Eu encaro o meu
reflexo. Meus pulsos possuem um vergão vermelho ao redor das algemas. Sem duvidas que
vão ficar roxos. Eu examino meus tornozelos – mais vergões. Mas que merda, eu pareço que
estive em algum acidente. Eu me encaro, tentando absorver como estou. Meu corpo está tão
diferente esses dias. Ele mudou sutilmente desde que eu o conheço. Eu estou mais magra e
em forma, meu cabelo está brilhoso e bem cortado. Minhas unhas da mão e do pé estão feitas,
minhas sobrancelhas belamente feitas. Pela primeira vez da minha vida, eu estou bem
arrumada – menos pelas marcas de amor. Eu não quero pensar sobre isso lá fora. Eu estou
muito brava. Como ele se atreve em me marcar desse jeito, como uma adolescente. No pouco
tempo em que estivemos juntos, ele nunca me deu chupões. Eu estou horrível. E eu sei por
que ele fez isso. Maldito obsessivo com controle. Meu subconsciente cruza os braços sobre
seus seios pequenos – ele foi longe demais desta vez. Eu saio do banheiro e vou para o closet,
evitando cuidadosamente até mesmo olhar em sua direção. Deslizo em meu robe, coloco
meus pijamas. Eu desfaço a trança e pego uma escova de cabelo da penteadeira pequena e
penteio meus cabelos embaraçados.

“Anastasia”. Christian me chama e consigo ouvir a ansiedade em sua voz. “Você está bem?”

Eu o ignoro. Se estou bem? Não, eu não estou bem. Depois do que ele fez em mim, duvido que
eu consiga usar um maiô, muito menos um daqueles biquínis ridiculamente caros, pelo resto
de nossa lua de mel. O pensamento súbito me irrita.
Como ele se atreve? Vou lhe dar um você está bem. Eu fervo, enquanto picos de fúria se
passam através de mim. Eu posso me comportar como uma adolescente também! Vou para o
quarto, jogo minha escola de cabelo nele e saio – embora não antes de ver sua expressão
chocada e seu reflexo quando ele protege sua cabeça com seu braço, assim a escova bate
inofensivamente em seu antebraço. Eu marcho para fora de nossa cabine. Subo as escadas e
vou para o convés. Eu preciso de algum espaço para me acalmar. O ar é escuro e perfumado. A
brisa aquecida traz o cheiro do Mediterrâneo e o aroma de jasmim da costa. O Fair Lady
desliza graciosamente sobre o calmo mar, enquanto eu descanso meus cotovelos no parapeito
de madeira, olhando os brilhos piscando na praia distante .

Eu respiro e lentamente começo a me acalmar. Eu estou ciente de sua presença antes de ouvilo.


“Você está brava comigo”, ele suspira.
“Sério, Sherlock?”
“Quão brava?”
“Em uma escala de 1 a 10, eu acho que estou 50. Adequado, huh?”
“Bastante brava”. Ele parece surpreso e impressionado de uma vez só.
“Sim. Voltada para violência brava”. Eu digo entre dentes.



Ele fica em silêncio quando eu me viro e franzo as sobrancelhas para ele, me olhando
cautelosamente. Eu sei por causa de sua expressão e porque ele não fez nenhum movimento
para me tocar que ele está fora de sua profundidade.

“Christian, você tem que parar com essas coisas. Você já me explicou tudo na praia, de forma
muito eficaz, se bem me lembro.”

Ele dá de ombros. “Bem, pelo menos você não vai poder tirar seu biquíni novamente”, ele
murmura, petulantemente.

E isso justifica o que ele fez para mim? Eu o encaro. “Eu não gosto de você deixar marcas em
mim. Bem, não tantas, pelo menos. É um dos meus limites!” Eu digo para ele.

“E eu não gosto de você tirar a roupa em público. Isso é um limite para mim!”, ele rosna.

“Eu acho que já estabelecemos isso”, eu digo entre dentes. “Olhe para mim!” Eu puxo minha

camisola para baixo para revelar o começo de meus seis. Christian me encara, e seus olhos
não deixam meu rosto , sua expressão incerta e cautelosa. Ele não está acostumado a me ver
tão brava. Ele não enxerga o que fez comigo? Ele não pode ver o quão ridículo ele é? Eu quero
gritar com ele, mas me contenho – eu não quero o pressionar muito. Só Deus sabe o que ele
faria. Eventualmente, ele suspira e mantém as palmas das mãos como se estivesse se
rendendo.

“Okay” ele diz com um tom apaziguador. “Eu entendi”.

Aleluia!

“Bom!”

Ele passa a mão em seu cabelo. “Me desculpe. Por favor, não fique brava comigo”.

Finalmente ele parece contido – usando minhas próprias palavras para se reconciliar comigo.

“Você age como adolescente, às vezes.”, eu o repreendo, mas minha voz não está mais brava,

e ele sabe. Ele dá um passo em minha direção, e coloca uma mecha de meu cabelo atrás de
minha orelha.

“Eu sei”, ele reconhece. “Eu tenho muito a aprender”

E então me lembro das palavras de Dr. Flynn... Emocionalmente, Christian é um adolescente,
Ana. Ele pulou essa fase de sua vida. Ele canalizou toda sua energia para ser bem sucedido no
mundo do trabalho, e ele ultrapassou todas as expectativas. Seu emocional tem que recuperar
seu tempo pedido.

Meu coração se derrete.

“Nós dois precisamos.” Eu suspiro e cautelosamente levanto minha mão e a coloco sobre seu

coração.

Ele não fica uma estátua, como costumava fazer, mas enrijece. Ele descansa sua mão em cima
da minha e sorri seu sorriso tímido.



“Eu acabei de aprender que você tem um bom braço e uma boa pontaria, Senhora Grey. Eu
nunca imaginei isso, mas eu constantemente te superestimo. Você sempre me surpreende.”

Eu arqueio minha sobrancelha para ele. “Eu pratiquei tiro ao alvo com Ray. Eu consigo jogar e
atirar direto ao alvo, Sr. Grey, nunca se esqueça disso”.

“Vou me esforçar para não me esquecer, Sra. Grey, ou garantir que tudo que possa ser um
projétil em sua mão seja escondido e que você nunca tenha acesso a uma arma.” Ele sorri.

Eu sorrio de volta, estreitando os olhos. “Eu tenho vários recursos”.

“Você tem mesmo”. Ele sussurra e solta minha mão para colocar seus braços em volta de mim.
Puxando-me para um abraço, ele enterra seu nariz em meus cabelos. Eu envolvo meus braços
em volta dele, puxando ele mais para perto, e sinto a tensão deixando meu corpo enquanto
ele me abraça.

“Estou perdoado?”

“Eu estou?”

Eu sinto seu sorriso. “Sim”, ele responde.
“Igualmente”.

Nós ficamos abraçados , meu ressentimentos esquecidos. Ele cheira bem, sendo adolescente
ou não. Como posso resistir a ele?

“Com fome?” ele diz depois de um tempo. Eu estou com meus olhos fechados, minha cabeça
contra seu peito.

“Sim. Faminta. Toda a...er...atividade que fiz me deu apetite. Mas eu não estou vestida para
jantar”. Tenho certeza que pijama não seriam muito adequados para uma sala de jantar.

“Você está bem pra mim, Anastasia. Aliás, o barco é nosso pela semana inteira. Nós podemos
nos vestir como quisermos. Pense nisso como se vestir na terça-feira, na Cote d’Azur. De
qualquer forma, eu pensei que iriamos comer no convés”

“Sim, eu gostaria muito”.

Ele me beija – um beijo ”por favor, me perdoe “-então andamos de mão dadas pelo arco onde
nossa sopa de gaspacho nos aguarda.

O mordomo nos serve crème brulée e discretamente se retira.

“Por que você sempre trança meu cabelo?” eu pergunto curiosamente a Christian. Estamos

sentados um ao lado do outro na mesa, minha perna enrolada a dele. Ele para quando está
prestes a pegar a colher de sobremesa e franze a testa.

“Eu não quero que seu cabelo se enrosque seu cabelo em nada”, ele diz calmamente e por um
momento ele está perdido em seus pensamentos. “Hábito, eu acho”, ele brinca; De repente

ele franze a testa e seus olhos se arregalam suas pupilas dilatando com alarme.

Puta merda! O que ele está lembrando? É algo doloroso, lembranças de sua infância,



eu acho. Eu não quero lembrá-lo disso. Inclinando-se, eu coloco meu dedo indicador
sobre seus lábios.
“Não, isso não importa. Eu não preciso saber. Eu estava apenas curiosa.” Eu dou-lhe um
sorriso quente, reconfortante. Seu olhar é desconfiado, mas depois de um momento,
ele visivelmente relaxa evidentemente aliviado. Eu me inclino para beijar o canto da
sua boca.
“Eu te amo”, murmuro, e ele sorri seu sorriso tímido, e eu derreto. “Eu vou sempre
amar você Christian,”
“E eu a você”, diz ele em voz baixa.
“Apesar da minha desobediência?” Eu levanto minha sobrancelha.
“Por causa da sua desobediência, Anastácia.” Ele sorri.
Eu divido a crosta de açúcar da minha sobremesa e com a minha colher balanço minha
cabeça. Será que um dia eu vou entender esse homem? Hmm-este crème Brulèe está
delicioso.
Uma vez que o garçom tenha retirado nossos pratos de sobremesa, Christian pega a
garrafa de vinho e enche meu copo. Eu verifico que estamos sozinhos e pergunto: ' O
que você quis dizer como não vai ao banheiro?”
“Você realmente quer saber?” Ele sorri, com os olhos brilhando.
“Eu quero saber?” Eu olho para ele atrás dos meus cílios enquanto tomo um gole de
vinho.
“Quanto mais completa sua bexiga, mais intenso é o orgasmo é, Ana.”
Eu coro. “Ah, entendo.” Puta merda, isso explica muita coisa.
Ele sorri, parecendo muito entendedor do assunto. Vou estar sempre um passo atrás
do Senhor?
“Sim. Bem...” Eu desesperadamente procuro uma mudança de assunto. Ele fica com
pena de mim.

“O que você quer fazer o resto da noite?” Ele vira a cabeça para um lado e me dá seu
sorriso torto.
O que você quiser Christian. Coloque sua teoria a prova novamente? Eu dou de
ombros.
“Eu sei o que eu quero fazer.” Ele murmura. Agarrando seu copo de vinho, ele se
levanta e segura minha mão. “Vem.”
Segurando minha mão, ele me leva para o salão principal.
Seu Ipod está na base de colunas sobre a cômoda. Ele muda de musica e seleciona uma
canção.
“Dança comigo.” Ele me puxa para seus braços.
“Se você insistir.”
“Eu insisto Sr. Grey”
Uma melodia brega começa. Este é um ritmo latino? Christian sorri para mim e começa
a se mover, e me leva com ele pelo salão.
Um homem com uma voz como a de caramelo quente derretido conta. É uma musica
que eu sei, mas não sei onde. Christian me abaixa, e eu passo por baixo das suas
pernas e grito de surpresa.
Ele sorri, os olhos cheios de humor. Então, ele me pega e me gira de baixo do braço.
“Você dança muito bem.”, eu digo. “É como se eu pudesse dançar.”
Ele me dá um sorriso tímido, mas não diz nada, e eu me pergunto se é porque ele está
pensando nela...Mrs. Robinson, a mulher que lhe ensinou a dançar e como foder. Eu



não penso nela faz um tempo. Christian não a menciona desde o seu aniversário e até
onde sei, o seu relacionamento comercial acabou.
Relutantemente, eu tenho que admitir – ela era uma bela duma professora.
Ele mergulha-me por debaixo de suas pernas novamente e me dá um beijo rápido nos
lábios.
“Eu sentiria falta do seu amor.” Ele diz e me gira mais uma vez. Então ele canta as
palavras baixinhas no meu ouvido, me fazendo desmaiar.
A música termina e Christian olha pra mim, seus olhos escuros e luminosos, todo
humor esquecido, e eu estou de repente sem fôlego.
“Venha para a cama comigo?”, ele sussurra com tanta sinceridade que meu coração
afunda.
Christian, você me teve no “Eu aceito” há duas semanas. Mas eu sei que esta é sua
maneira de se desculpar e ter certeza de que tudo está bem entre nós após abriga.
Quando eu acordo, o sol está brilhando através dos vigias e a água reflete cintilantes
padrões no teto da cabine. Não vejo Christian. Eu me espreguiço e sorrio. Hmm... Vou
fazer sexo de punição seguido de sexo de reconciliação mais vezes. Eu penso em como
é ir para a cama com dois homens diferentes – Christian bravo e doce Christian e
deixe-me-te-recompensar-de-algum-jeito Christian. É difícil decidir de qual deles eu
gosto mais.
Eu levanto e vou para o banheiro. Abrindo a porta, acho o Christian lá dentro, se
barbeando, nu, exceto por uma toalha enrolada na cintura. Ele se vira e sorri, e não
está bravo por eu o estar interrompendo. Eu descobri que Christian nunca vai trancar a
porta se ele é a única pessoa na sala – a razão pela qual é preocupante, e não é uma
coisa que eu quero discutir.
“Bom dia, Sra. Grey”, diz ele, irradiando seu bom humor.
“Bom dia, você.” Eu sorrio de volta enquanto o vejo barbear. Eu adoro o assistir
fazendo a barba. Ele inclina o queixo e raspa por baixo, e encontro-me
inconscientemente refletindo suas ações. Puxando meu lábio superior para baixo como
ele faz, para raspar o bigode. Ele se vira e sorri para mim, metade de seu rosto ainda
coberto de creme para barbear.

“Está gostando do show?”, ele pergunta.
Oh, Christian, eu poderia te assistir por horas. “Um dos meus favoritos”, Eu murmuro, e
ele se abaixa e me beija rapidamente, me sujando de creme para barbear.
“Eu deveria fazer isso em você novamente?” ele sussurra e segura a gilete.
Eu franzo meus lábios para ele. “Não” eu murmuro, fingindo estar brava. “Eu vou me
depilar com cera na próxima vez”. Eu me lembro da felicidade de Christian em Londres
ao descobrir que durante sua reunião, eu depilei meu pelo pubiano por curiosidade.
Claro que não foi bom o suficiente para seus padrões exigentes...

“O que diabos você fez?” Christian diz. Ele não consegue tirar sua expressão 
horrorizada mas ao mesmo tempo divertida do rosto. Ele senta na cama em nossa suíte
no Hotel Browns perto de Piccadilly, liga o abajur e me encara, sua boca formando um
“O”. Devem ser meia-noite. Eu fico da cor dos lençóis da playroom e tento me cobrir
com minha camisola de cetim para que ele não me veja. Ele pega minha mãe e me
impede.
“Ana!”



“Eu-err...depilei.”
“Eu vi. Por quê?”, ele diz com um sorriso de orelha a orelha.
Eu cubro meu rosto com minhas mãos. Por que estou tão envergonhada?
“Hey”, ele diz, e tira minha mão do meu rosto. “Não se esconda”. Ele está contendo um
riso. “Diga-me. Por quê?”. Seus olhos dançam em diversão. Por que ele acha isso
engraçado?
“Para de rir de mim.”
“Eu não estou rindo de você. Sinto muito. Eu estou...deliciado.”
“Ah...”
“Diga-me. Por quê?”
Eu respiro profundamente. “Esta manhã, depois que você saiu para a reunião, tomei
banho e lembrei-me das suas regras.”
Ele pisca. O humor na sua expressão desapareceu, e ele me olha cautelosamente.
“Eu estava lembrando de uma por uma, e como eu me senti sobre elas-e então eu
lembrei do salão de beleza, e eu pensei, é assim que você gosta. Eu não tive coragem
pra fazer com cera.” Minha voz desaparece em um sussurro.
Ele olha para mim, com seus olhos brilhantes, desta vez não rindo com minha 
estupidez, mas com amor.
“Oh, Ana.” Ele suspira.
Ele se inclina e me beija ternamente. “Você me seduz.” Ele sussurra contra meus lábios,
e me beija mais uma vez, segurando meu rosto com ambas as mãos.
Depois de um momento sem fôlego, ele recua e inclina-se sobre um cotovelo. O humor
está de volta.
“Eu acho que você devia inspecionar o seu trabalho manual Sra. Grey.”
“O quê? Não.” Ele tem que estar brincando.
Sente área desmatada.

“Ah, não, não faça isso, Anastácia.” Ele pega minhas mãos e as coloca uma longe da
outra se movendo com agilidade, assim ele está entre as minhas pernas e prendendo
as minhas mãos para os lados. Ele me dá um olhar abrasador que poderia iluminar
palha, mas antes de eu entrar em combustão, ele roça seus lábios para baixo da minha
barriga em direção ao meu sexo.
Eu me contorço abaixo dele, relutante aceitando meu destino.
“Bem, o que temos aqui?” Christian planta um beijo onde, até está manhã, eu tinha
pelos pubianos e roça sua bochecha.
“Ah!” Eu exclamo...Uau, este lugar está sensível. Os olhos de Christian me encaram,
cheios de malícia.
“Eu acho que você esqueceu de uma parte.” Ele murmura e toca gentilmente lá
embaixo.
“Ah... merda.”-eu dizia esperando que isso coloque fim à sua intromissão íntima.
“Tive uma ideia.” -ele vai, nu, ao banheiro.
O que será que ele está fazendo? Ele volta momentos depois com um copo d'água,
uma caneca, minha gilete, sabão e uma toalha.
Oh não! Meu subconsciente abaixa seu livro de Obras Completas de Charlie Dickens,
levanta da sua poltrona e põe as mãos nos quadris.
“Não, não, não.” Eu chio.
“Sra. Grey, um trabalho bom, é um trabalho bem feito.”



“Christian, você não vai me depilar..


Ele vira sua cabeça para um lado. “E porque não?”
Eu coro. Não é óbvio. “Porque... é tão”
“Íntimo?” ele murmura “Ana, eu imploro por intimidade com você – você sabe disso. E
também, depois de tudo que nós fizemos não seja toda escrupulosa agora. Eu conheço
essa parte do seu corpo melhor que você.”
Eu o encaro. Toda essa arrogante...verdade, é verdade, mas mesmo assim. “Isso é...
errado!” Minha voz é firme.
“Isso não é errado, isso é sexy.”
Sexy? Sério? “Isso te excita?” eu não consigo evitar a surpresa em minha voz. Ele ri.
“Você não percebeu ainda?” ele olha para sua calça. “Eu quero te depilar.” Ele sussurra.
Ah, foda-se. Eu deito de costas, jogando meus braços em meu rosto para que eu não
posso ver.

“Se isso te faz feliz, Christian, vá em frente. Você é tão bizarro.” eu murmuro, enquanto
levanta meus quadris ele coloca uma toalha em baixo de mim. Ele beija minha coxa.
“Oh baby, você está certa.”
Eu ouço a água quando ele mergulha a gilete. Ele levanta meu tornozelo e separa
minhas pernas e a cama quando ele senta entre minhas pernas. “Eu realmente gostaria
de te amarrar agora.” ele murmura.
“Eu prometo ficar parada.”
“Bom.”
Eu suspiro quando ele passa a gilete pela minha virilha. Está quente. A água no copo
deve estar quente. Eu me contorço. Fez cócegas... de um jeito bom.
“Não se mexa.” Christian fala e passa a gilete novamente. “Ou eu vou amarrá-la.”
“Você já fez isso antes?” Eu perguntando quando ele pega a gilete novamente.
“Não.”
“Ah, que bom.” Eu rio.
“Outra” primeira vez, “Sra. Grey.”
“Mm... Eu gosto de primeiras vezes.”
“Eu também.” E com uma gentileza que me surpreendeu, ele passa a gilete contra
minha pele sensível. “Fique quieta” ele diz distraidamente e eu sei que ele está se
concentrando. E demora apenas alguns minutos até ele se pegar a toalha e tirar todo o
excesso de pelo em mim.
“Pronto, agora sim.” Ele admira e eu finalmente dobro meu braço para olhar para ele e
me sento para admirar seu trabalho manual.
“Feliz?” Eu pergunto, minha voz rouca.
“Muito.” Ele sorri maleficamente e devagar coloca o dedo dentro de mim.
“Mas foi divertido.” Ele diz com os olhos divertidos.
“Para você talvez” Eu tento fazer bico – mas ele está certo... Aquilo foi... excitante.
“Eu me lembro muito bem que o resultado foi muito gratificante.” Christian volta a
fazer sua barba. Eu encaro rapidamente meus dedos. Sim, foi mesmo. Eu não tinha a
menor ideia de quanta diferença fazia a falta de pelo pubiano.
“Hey, estou pensando. Isso não é o que todos os maridos que estão perdidamente
apaixonados por suas mulheres fazem?”, Christian inclina meu queixo e olha para mim,



seus olhos de repente cheios de apreensão quando ele se esforça para ler minha
expressão.
Hmm... hora da vingança.
“Sente-se”, murmuro.
Ele olha, sem entender. Eu o empurro suavemente em direção ao banquinho solitário
no canto do banheiro.
Perplexo, ele se senta, e eu levo a navalha até ele.
“Ana”, ele diz, alerta, ao perceber a minha intenção. Eu me inclino para baixo e o beijo.
“Volte”, eu suspiro.
Ele hesita.
“Olho por olho, Sr, Grey.”
Ele me encara com cautela, divertido. “Você sabe o que está fazendo?”, ele pergunta,
em voz baixa. Eu balanço minha cabeça lentamente, tentando parecer mais séria
possível.
Ele fecha seus olhos e balança a cabeça em rendição.
Puta merda, ele vai me deixar o depilar. Minha deusa interior se aquece, esticando os
braços e cruzando os dedos. Timidamente, eu deslizo minha mão no cabelo úmido em
sua testa, apertando com força para deixa-lo parado. Ele aperta os olhos e franze os
lábios enquanto inala. Muito delicadamente, eu passo a gilete em um curso a partir do
pescoço até o queixo, revelando um caminho de pele abaixo da espuma.
Christian exala.
"Você acha que eu ia te machucar?"
"Eu nunca sei o que você vai fazer, Ana, mas não, não intencionalmente."
Eu passo a gilete em seu pescoço novamente, abrindo um caminho mais amplo na
espuma.
“Eu nunca o machucaria intencionalmente, Christian.” Ele abre seus olhos e me abraça
enquanto eu gentilmente passo a gilete da bochecha até sua costeleta.
“Eu sei”, ele diz, angulando seu rosto para que eu barbeie o resto de sua bochecha.
Mais duas vezes e eu termino de barbeá-lo.
“Terminei, e nenhuma gota de sangue.” Eu rio orgulhosamente.
Ele passa sua mão em minha perna então meu vestido de noite sobe em minha coxa e
me coloca em seu colo, de modo que estou montada nele. Eu me equilibro com as mão
na parte superior em seus braços. Ele é realmente musculoso.
“Posso levá-la a um lugar hoje?”.
“Sem bronzeamento?” eu arco uma sobrancelha sarcástica para ele.
Ele lambe os lábios nervosamente. “Não. Sem bronzeamento hoje. Achei que poderia
preferir algo mais.”
“Bem, desde que seja sem chupões e que efetivamente ponha um fim a isso, por que
não?”
Sabiamente, ele ignora meu tom. “É uma viagem, mas vale a pena a visita pelo que eu
li. Meu pai recomendou que visitássemos. É uma aldeia chamada de Saint Paul de
Vence. Há algumas galerias lá. Achei que podíamos escolher algumas pinturas de lá. Eu
pensei que podíamos escolher algumas pinturas e esculturas para nossa nova casa, se
acharmos alguma coisa que a gente goste.”
Puta merda. Eu me inclino para trás e o encaro. Arte... ele quer comprar obras de arte.
Como posso eu comprar obras de arte?
“O que?” ele pergunta.



“Eu não sei nada sobre arte, Christian”.
Ele dá de ombros e sorri para mim. “Nós apenas compraremos o que a gente gostar.
Não é como se isso fosse um investimento”.
Investimento? Jesus.
“O que?” ele diz novamente.
Eu balanço minha cabeça.
“Olha, eu sei que só vimos os desenhos da arquiteta aquele dia, mas não há nenhum
mal em olhar, e a cidade é um lugar antigo, medieval.”
Ah, a arquiteta. Ele tinha que me lembrar dela... Gia Matteo, uma amiga de Elliot que
trabalhou no lugar de Christian em Aspen. Durante nossos encontros, ela estava toda
amores com Christian.
“O que foi agora?” Christian exclama. Eu balanço minha cabeça. “Me diga”, ele insiste.
Como posso dizer a ele que eu não gosto de Gia? Isso é irracional. Eu não quero fazer
papel de esposa ciumenta.
“Você não está bravo ainda pelo que eu fiz ontem?” Ele suspira e roça seu rosto entre
meus seios.
“Não. Eu estou com fome.” Eu murmuro, sabendo bem que isso vai distrai-lo da linha
de pensamento.
“Por que você não disse?” Ele me solta de seu colo e levanta.

Saint Paul de Vence é uma vila medieval na colina, um dos mais pitorescos lugares que
eu já vi. Eu passeio de braço dado com Christian pelas ruas de paralelepípedos com a
mão no bolso de trás de sua bermuda. Taylor e ambos Gaston ou Philippe – eu não
vejo diferença entre eles – vão atrás de nós. Passamos por uma praça onde três
senhores, um vestindo uma boina tradicional apesar do calor, estão jogando boules. A
vila está cheia de turistas, e eu me sinto confortável debaixo do braço de Christian. Tem
muita coisa para ver – pequenas vielas e passagens que levam a pátios com fontes de
pedras enfeitados com esculturas antigas e modernas, e fascinantes boutiques e lojas.
Na primeira galeria, Christian olha distraidamente para as fotografias eróticas diante de
nós. Elas são de Florence D’elle – mulheres nuas em diferentes poses.
“Não é o que eu tinha em mente”, eu murmuro em desaprovação. Eles me fazem
pensar na caixa de fotografias que eu encontrei em seu armário, o nosso armário. Eu
me pergunto se ele já as destruiu.
“Eu também não”, diz Christian, sorrindo para mim. Ele pega minha mão e caminhamos
até o próximo artista. Eu me pergunto se eu deveria deixa-lo tirar fotos de mim.
Minha deusa interior acena freneticamente com aprovação.
A tela seguinte é de uma pintora especialista em arte figurativa – frutas e vegetais, em
cores ricas e gloriosas.
“Eu gosto desses.” Eu aponto para as três pinturas de pimenta. “Elas me lembram de
você cortando vegetais em meu apartamento.” Eu rio. Christian torce a boca, mas não
consegue esconder seu riso.
“Eu pensei que tinha feito um belo trabalho.” Ele murmura. ”Eu fui um pouco lento, de
qualquer forma” – ele me puxa para um abraço – “você estava me distraindo. Onde
você as colocaria?”.
“O que?”
Christian sussurra em meu ouvido. ”As pinturas – onde você as colocaria?”
Ele morde minha orelha e eu sinto algo lá embaixo.



“Cozinha”, eu murmuro.
“Hmm, boa ideia, Sra. Grey.”
Eu olho o preço. Cinco mil euros cada. Puta merda!
“Eles são bem caros!” eu engasgo.
“E?” ele roça seu nariz em minha orelha. “Acostume-se, Ana.” Ele me solta e vai até
uma mesa onde uma mulher vestida toda de branco está o encarando.
Eu quero rolar meus olhos, mas retorno minha atenção para as pinturas.
Cinco mil euros... Jesus.
Nós terminamos de almoçar e estamos tomando café e relaxando no Hotel Le Saint
Paul. A vista que nos cerca é deslumbrante. Vinhas e campos de girassóis formam uma
colcha de retalhos através da planície, intercalados aqui e ali com fazendas francesas.
Está um dia claro e bonito, conseguimos ver todo o caminho do mar, brilhando
fracamente no horizonte. Christian interrompe meu devaneio.
“Você me perguntou por que eu tranço seu cabelo”, ele murmura. Seu tom de voz me
alarma. Ele parece tão... culpado.
“Sim”. Oh, merda.
“A prostituta do crack me deixava brincar com seu cabelo, eu acho. Eu não sei se isso é
uma memória ou um sonho.”
Uau! Sua mãe biológica.
Ele me encara, sua expressão ilegível. Meu coração vai até a boca.
O que eu devo dizer após ele me revelar coisas assim?
“Eu gosto de você brincando com meu cabelo”. Minha voz é hesitante.
Ele me encara com incerteza. “Você gosta?”
“Sim”. É verdade. Eu segura suas mãos. “Eu acho que você amou sua mãe biológica,
Christian”. Seus olhos se alarmam e ele me encara impassivelmente, sem dizer nada.
Puta merda. Eu fui muito longe? Diga algo, Fifty, por favor. Mas ele continua
absolutamente mudo, me encarando com seus insondáveis olhos cinzentos, enquanto
o silêncio estende-se entre nós. Ele parece perdido. Ele olha para nossas mãos juntas e
franze o cenho.
“Diga algo”, eu sussurro, porque não suporto mais o silêncio entre nós.
Ele balança a cabeça, exalando profundamente.
“Vamos.” Ele solta minha mão e levanta. Sua expressão guardada. Eu ultrapassei
algum limite? Eu não tenho a menor ideia. Meu coração afunda e eu o sigo
obedientemente fora do restaurante.
Em uma adorável viela, ele pega minha mão.
“Aonde você quer ir?”.
Ele fala! E ele não está bravo comigo – Graças à Deus. Eu exalo, aliviada, e dou de
ombros. “Eu apenas estou feliz que você ainda está falando comigo.”
“Você sabe que eu não gosto de falar dessas merdas. Já aconteceu, acabou.” Ele diz
quietamente.
Não Christian, não acabou. O pensamento me entristece, e pela primeira vez me
pergunto se vamos algum dia termina-lo. Ele sempre será cheio de Cinquentas
Sombras...meu Fifty Shades.
Você quer que ele mude? Não, não mesmo – apenas quero que ele se sinta amado.
Espreitando-o, eu o encaro por um momento admirando sua beleza cativante... e ele é
meu.
E não é apenas o fascínio por seu rosto e seu corpo que me encantam. É o que está por



trás dessa perfeição que me atrai, que me chama... sua alma frágil, danificada.
Ele me dá um olhar pelo nariz, meio divertido, meio desconfiado, e totalmente sexy e
enfia-me debaixo do braço, e nós percorremos o nosso caminho atrás dos turistas até o
local onde Philippe/Gaston estacionaram a Mercedes. Coloco minha mão de volta no
bolso de trás da bermuda de Christian, grata por ele não estar bravo. Mas,
honestamente, um menino de quatro anos de idade não ama sua mãe, independente
de ela ser uma boa mãe ou não?
Eu suspiro pesadamente e abraço-o mais perto. Eu sei que atrás de nós a equipe de
segurança se esconde, e me pergunto se ele já comeram.
Christian para em frente de uma pequena boutique de joias finas e olha pela janela,
depois para mim. Ele agarra minha mão livre e passa seu polegar levemente sobre a
marca vermelha da algema em meus pulsos.
“Não dói”. Eu o tranquilizo. Ele se contorce de forma que minha outra mão é libertada
de seu bolso. Ele aperta essa mão também, virando-a gentilmente para examinar meus
pulsos.
O relógio de platina que ele me deu no café da manhã da nossa primeira manhã em
Londres esconde a linha vermelha. A gravação ainda me faz desmaiar – Anastacia, você
é o meu mais, meu amor, minha vida. Christian.
Apesar de tudo, todas os seus lados obscuros, meu marido consegue ser muito
romântico. Eu encaro as marcas em meus pulsos. E ele pode ser selvagem às vezes
também.
Soltando minha mão esquerda, ele inclina o queixo com os dedos e avalia minha
expressão, seus olhos perturbados.
“Elas não doem,” eu repito. Ele puxa minhas mãos para seus lábios e planta macios
beijos de desculpa dentro de meu pulso.
“Venha”, ele diz e me leva para a loja.

“Aqui”, Christian segura um bracelete de platina que ele acabou de comprar. É
requintado, delicadamente trabalhado, a filigrana em forma de pequenas flores
abstratas com pequenos diamantes em forma de coração. Ele o coloca em meu pulso.
É largo, e cobre as marcas de meu pulso. E também custa trinta mil euros, eu acho, eu
não consegui entender totalmente a conversa em francês que teve com a atendente.
Eu nunca ganhei algo tão caro.
“Pronto, agora está melhor.” Ele murmura.
“Melhor?” eu sussurro, encarando seus luminosos olhos cinzentos, consciente que a
grudenta atendente está nos encarando com inveja e um olhar desaprovador. 
“Você sabe por que”. Christian diz incerto.
“Eu não preciso disso”. Eu movimento meus pulsos e o bracelete se move. O sol da
tarde reflete nele, lançando pequenos arco-íris nas paredes da loja.
“Eu preciso”. Ele diz com absoluta sinceridade.
Por quê? Por que ele precisa disso? Será que ele se sente culpado? Sobre o quê? As
marcas? Sua mãe biológica? Não confia em mim? Oh Fifty.
“Não, Christian, não precisa. Você me deu muito já. Uma lua de mel mágica, Londres,
Paris, a Cote D’Azur... e você. Eu sou uma garota muito sortuda”. Eu sussurro e seus
olhos amolecem.
“Não, Anastasia, eu sou um homem sortudo.”
“Obrigado.” Esticando-me na ponta dos pés, eu coloco meus braços em volta de seu



pescoço e o beijo... não por me dar o bracelete, mas por ser meu.
Quando voltamos ao carro, ele está introspectivo, olhando para os campos de girassóis
brilhantes, suas cabeças seguindo o sol da tarde. Um dos gêmeos – eu acho que é
Gaston – está dirigindo e Taylor está ao seu lado na frente. Christian está pensando
sobre algo. Eu aperto sua mão, tentando tranquiliza-lo. Ele olha para mim antes de
soltar minha mão, acariciando meu joelho. Eu estou vestindo um shorts azul e uma
camiseta branca sem mangas. Christian hesita e eu não sei se suas mãos estão indo em
direção a minha coxa ou para baixo da minha perna. Eu fico tensa com a antecipação
do toque suave de seus dedos e prendo a respiração. O que ele vai fazer? Ele escolhe,
de repente, e agarra meu tornozelo e puxa meu pé para seu colo. Eu me viro de modo
que estou de frente para ele na parte de trás do carro.
“Eu quero o outro também”
Olho nervosamente para Taylor e Gaston, cujos olhos estão na estada e coloco meu
outro pé em seu colo. Seus olhos esfriam, ele se inclina e aperta um botão na sua
porta. Na nossa frente, uma tela de privacidade se fecha, e em dez segundos estamos
sozinhos.
Uau...não me admira que a parte traseira desse carro seja tão espaçosa.
“Eu quero olhar seus tornozelos”, Christian explica tranquilamente. Seu olhar é ansioso.
As marcas das algemas? Jesus... eu pensei que isso já tinha acabado.
Se houver marcas, estão escondidas pelas tiras da sandália.
Eu não me lembro de ver alguma marca essa manhã. Gentilmente, ele acaricia seu
polegar em meu peito do pé direito, fazendo-me contorcer.
Um sorriso aparece em seus lábios e ele habilmente desfaz uma alça de minha
sandália, e seu sorriso desaparece quando vê as marcas vermelhas.
“Não dói”, murmuro. Ele olha para mim e sua expressão é triste, sua boca pressionada
em uma linha. Ele acena com a cabeça, como se estivesse aceitando minha palavra
enquanto eu tiro minha sandália, jogando-a no chão, mas eu sei que o perdi. Ele está
distraído e pensativo novamente, mecanicamente acariciando meu pé, enquanto se
vira para olhar a janela do carro mais uma vez.
“Hey. O que você esperava?” Eu pergunto docemente. Ele olha para mim e dá de
ombros.
“Eu esperava me sentir assim quando olho para essas marcas”, ele diz.
Oh! Um momento está reservado e no outro está acessível novamente? Tão... Fifty!
“Como você se sente?”
Seus olhos sombrios me encaram. “Desconfortável”, ele murmura.
Oh, não. Eu tiro meu cinto de segurança e vou para mais perto dele, deixando meus
pés em seu colo. Eu quero me rastejar em seu colo e abraça-lo, e eu faria se fosse
apenas Taylor na frente. Sabendo que Gaston também está na frente, me impede. Se
esse vidro fosse mais escuro. Eu aperto suas mãos.
“É os chupões que eu não gosto.” Eu sussurro. “O resto que você fez” eu abaixo minha
voz ainda mais “com as algemas, eu gostei. Bem, mais que gostei, foi alucinante. Você
pode fazer isso novamente comigo quando quiser”.
Ele se vira em seu assento. “Alucinante?”. Minha deusa interior olha assustada para seu
Jackie Collins.
“Sim” eu rio. Eu flexiono meus dedos dos pés em sua virilha endurecida e o vejo
separar os lábios.
“Você realmente deveria estar usando o cinto de segurança, Sra. Grey”. Sua voz é baixa



e eu enrolo meus dedos em torno dele mais uma vez. Ele inala e seus olhos escurecem,
e aperta meu tornozelo em advertência. Será que ele quer que eu pare? Continue? Ele
faz uma pausa, franze a testa e pega seu BlackBerry sempre presente em seu bolso
para atender uma chamada, enquanto olha para o relógio.
“Barney” ele diz.
Merda. Trabalho nos interrompendo novamente. Eu tento remover meus pés, mas ele
aperta seus dedos ao redor do meu tornozelo.
“Na sala do servidor?”, ele diz incrédulo. “Ele ativou o sistema de supressão de
incêndios?”
Incêndio! Eu tiro meu pé de seu colo e dessa vez ele deixa. Eu sento de volta ao meu
assento, coloco meu cinto de segurança e mexo nervosamente na pulseira de 15 mil
euros.
Christian aperta o botão em sua porta e o vidro de privacidade se abaixa.
“Alguém se machucou? Danos? Entendo... Quando?” Christian olha para seu relógio
novamente e em seguida passa a mão no cabelo. “Não, nenhum bombeiro ou polícia.
Ainda não.”
Puta merda! Um incêndio? No escritório de Christian? Eu o encaro, minha mente a mil.
Taylor se vira para poder ouvir a conversa de Christian.
“Ele tem? Bom... Okay. Eu quero um relatório de danos detalhados. E um resumo
completo de todos que tiveram acesso nos últimos cinco dias, incluindo o pessoal da
limpeza... Fale para Andrea me ligar... Sim, parece que argônio é tão eficaz quanto”.
Relatório de danos? Argônio? Lembro-me de uma aula distante de química – é um
elemento, eu acho.
“Eu sei que é cedo... Mande-me um e-mail em duas horas... Não, eu preciso saber.
Obrigada por me ligar”. Christian desliga, e imediatamente disca um número em seu
BlackBerry.

“Welch... Bom... Quando?” Christian olha para seu relógio novamente. “Uma hora
então... sim.. Vinte e 4-7 no armazenamento de dados fora do local... bom.” Ele desliga.
“Philippe, eu preciso estar a bordo em uma hora.”
“Monsieur”.
Merda, é Philippe, não Gaston. O carro acelera.
Christian olha para mim, sua expressão ilegível.
“Algum ferido?” pergunto silenciosamente.
Christian balança a cabeça. “Muito pouco dano”. Ele estende o braço e segura minha
mão, apertando-a de modo tranquilizador. “Não se preocupe com isso, minha equipe
está cuidando disso.”
E lá está ele novamente, CEO, no comando e não preocupado.
“Onde foi o incêndio?”
“Na sala do servidor”
“Grey House?”
“Sim”
Suas respostas são curtas, e eu sei que ele não quer falar sobre isso.
“Por que poucos danos?”
“O servidor está equipado com um sistema de supressão de incêndios”.
Claro que sim.
“Ana, por favor... não se preocupe.”



“Eu não estou preocupada”, eu minto.
“Nós não sabemos com certeza se foi um incêndio causado”, ele diz, cortando meu
coração de ansiedade. Minhas mãos seguram minha garganta com medo. Primeiro
Charlie Tango, e agora isso?
O que virá em seguida?


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