domingo, 14 de outubro de 2012


“Christian, você não vai me depilar..


Ele vira sua cabeça para um lado. “E porque não?”
Eu coro. Não é óbvio. “Porque... é tão”
“Íntimo?” ele murmura “Ana, eu imploro por intimidade com você – você sabe disso. E
também, depois de tudo que nós fizemos não seja toda escrupulosa agora. Eu conheço
essa parte do seu corpo melhor que você.”
Eu o encaro. Toda essa arrogante...verdade, é verdade, mas mesmo assim. “Isso é...
errado!” Minha voz é firme.
“Isso não é errado, isso é sexy.”
Sexy? Sério? “Isso te excita?” eu não consigo evitar a surpresa em minha voz. Ele ri.
“Você não percebeu ainda?” ele olha para sua calça. “Eu quero te depilar.” Ele sussurra.
Ah, foda-se. Eu deito de costas, jogando meus braços em meu rosto para que eu não
posso ver.

“Se isso te faz feliz, Christian, vá em frente. Você é tão bizarro.” eu murmuro, enquanto
levanta meus quadris ele coloca uma toalha em baixo de mim. Ele beija minha coxa.
“Oh baby, você está certa.”
Eu ouço a água quando ele mergulha a gilete. Ele levanta meu tornozelo e separa
minhas pernas e a cama quando ele senta entre minhas pernas. “Eu realmente gostaria
de te amarrar agora.” ele murmura.
“Eu prometo ficar parada.”
“Bom.”
Eu suspiro quando ele passa a gilete pela minha virilha. Está quente. A água no copo
deve estar quente. Eu me contorço. Fez cócegas... de um jeito bom.
“Não se mexa.” Christian fala e passa a gilete novamente. “Ou eu vou amarrá-la.”
“Você já fez isso antes?” Eu perguntando quando ele pega a gilete novamente.
“Não.”
“Ah, que bom.” Eu rio.
“Outra” primeira vez, “Sra. Grey.”
“Mm... Eu gosto de primeiras vezes.”
“Eu também.” E com uma gentileza que me surpreendeu, ele passa a gilete contra
minha pele sensível. “Fique quieta” ele diz distraidamente e eu sei que ele está se
concentrando. E demora apenas alguns minutos até ele se pegar a toalha e tirar todo o
excesso de pelo em mim.
“Pronto, agora sim.” Ele admira e eu finalmente dobro meu braço para olhar para ele e
me sento para admirar seu trabalho manual.
“Feliz?” Eu pergunto, minha voz rouca.
“Muito.” Ele sorri maleficamente e devagar coloca o dedo dentro de mim.
“Mas foi divertido.” Ele diz com os olhos divertidos.
“Para você talvez” Eu tento fazer bico – mas ele está certo... Aquilo foi... excitante.
“Eu me lembro muito bem que o resultado foi muito gratificante.” Christian volta a
fazer sua barba. Eu encaro rapidamente meus dedos. Sim, foi mesmo. Eu não tinha a
menor ideia de quanta diferença fazia a falta de pelo pubiano.
“Hey, estou pensando. Isso não é o que todos os maridos que estão perdidamente
apaixonados por suas mulheres fazem?”, Christian inclina meu queixo e olha para mim,



seus olhos de repente cheios de apreensão quando ele se esforça para ler minha
expressão.
Hmm... hora da vingança.
“Sente-se”, murmuro.
Ele olha, sem entender. Eu o empurro suavemente em direção ao banquinho solitário
no canto do banheiro.
Perplexo, ele se senta, e eu levo a navalha até ele.
“Ana”, ele diz, alerta, ao perceber a minha intenção. Eu me inclino para baixo e o beijo.
“Volte”, eu suspiro.
Ele hesita.
“Olho por olho, Sr, Grey.”
Ele me encara com cautela, divertido. “Você sabe o que está fazendo?”, ele pergunta,
em voz baixa. Eu balanço minha cabeça lentamente, tentando parecer mais séria
possível.
Ele fecha seus olhos e balança a cabeça em rendição.
Puta merda, ele vai me deixar o depilar. Minha deusa interior se aquece, esticando os
braços e cruzando os dedos. Timidamente, eu deslizo minha mão no cabelo úmido em
sua testa, apertando com força para deixa-lo parado. Ele aperta os olhos e franze os
lábios enquanto inala. Muito delicadamente, eu passo a gilete em um curso a partir do
pescoço até o queixo, revelando um caminho de pele abaixo da espuma.
Christian exala.
"Você acha que eu ia te machucar?"
"Eu nunca sei o que você vai fazer, Ana, mas não, não intencionalmente."
Eu passo a gilete em seu pescoço novamente, abrindo um caminho mais amplo na
espuma.
“Eu nunca o machucaria intencionalmente, Christian.” Ele abre seus olhos e me abraça
enquanto eu gentilmente passo a gilete da bochecha até sua costeleta.
“Eu sei”, ele diz, angulando seu rosto para que eu barbeie o resto de sua bochecha.
Mais duas vezes e eu termino de barbeá-lo.
“Terminei, e nenhuma gota de sangue.” Eu rio orgulhosamente.
Ele passa sua mão em minha perna então meu vestido de noite sobe em minha coxa e
me coloca em seu colo, de modo que estou montada nele. Eu me equilibro com as mão
na parte superior em seus braços. Ele é realmente musculoso.
“Posso levá-la a um lugar hoje?”.
“Sem bronzeamento?” eu arco uma sobrancelha sarcástica para ele.
Ele lambe os lábios nervosamente. “Não. Sem bronzeamento hoje. Achei que poderia
preferir algo mais.”
“Bem, desde que seja sem chupões e que efetivamente ponha um fim a isso, por que
não?”
Sabiamente, ele ignora meu tom. “É uma viagem, mas vale a pena a visita pelo que eu
li. Meu pai recomendou que visitássemos. É uma aldeia chamada de Saint Paul de
Vence. Há algumas galerias lá. Achei que podíamos escolher algumas pinturas de lá. Eu
pensei que podíamos escolher algumas pinturas e esculturas para nossa nova casa, se
acharmos alguma coisa que a gente goste.”
Puta merda. Eu me inclino para trás e o encaro. Arte... ele quer comprar obras de arte.
Como posso eu comprar obras de arte?
“O que?” ele pergunta.



“Eu não sei nada sobre arte, Christian”.
Ele dá de ombros e sorri para mim. “Nós apenas compraremos o que a gente gostar.
Não é como se isso fosse um investimento”.
Investimento? Jesus.
“O que?” ele diz novamente.
Eu balanço minha cabeça.
“Olha, eu sei que só vimos os desenhos da arquiteta aquele dia, mas não há nenhum
mal em olhar, e a cidade é um lugar antigo, medieval.”
Ah, a arquiteta. Ele tinha que me lembrar dela... Gia Matteo, uma amiga de Elliot que
trabalhou no lugar de Christian em Aspen. Durante nossos encontros, ela estava toda
amores com Christian.
“O que foi agora?” Christian exclama. Eu balanço minha cabeça. “Me diga”, ele insiste.
Como posso dizer a ele que eu não gosto de Gia? Isso é irracional. Eu não quero fazer
papel de esposa ciumenta.
“Você não está bravo ainda pelo que eu fiz ontem?” Ele suspira e roça seu rosto entre
meus seios.
“Não. Eu estou com fome.” Eu murmuro, sabendo bem que isso vai distrai-lo da linha
de pensamento.
“Por que você não disse?” Ele me solta de seu colo e levanta.

Saint Paul de Vence é uma vila medieval na colina, um dos mais pitorescos lugares que
eu já vi. Eu passeio de braço dado com Christian pelas ruas de paralelepípedos com a
mão no bolso de trás de sua bermuda. Taylor e ambos Gaston ou Philippe – eu não
vejo diferença entre eles – vão atrás de nós. Passamos por uma praça onde três
senhores, um vestindo uma boina tradicional apesar do calor, estão jogando boules. A
vila está cheia de turistas, e eu me sinto confortável debaixo do braço de Christian. Tem
muita coisa para ver – pequenas vielas e passagens que levam a pátios com fontes de
pedras enfeitados com esculturas antigas e modernas, e fascinantes boutiques e lojas.
Na primeira galeria, Christian olha distraidamente para as fotografias eróticas diante de
nós. Elas são de Florence D’elle – mulheres nuas em diferentes poses.
“Não é o que eu tinha em mente”, eu murmuro em desaprovação. Eles me fazem
pensar na caixa de fotografias que eu encontrei em seu armário, o nosso armário. Eu
me pergunto se ele já as destruiu.
“Eu também não”, diz Christian, sorrindo para mim. Ele pega minha mão e caminhamos
até o próximo artista. Eu me pergunto se eu deveria deixa-lo tirar fotos de mim.
Minha deusa interior acena freneticamente com aprovação.
A tela seguinte é de uma pintora especialista em arte figurativa – frutas e vegetais, em
cores ricas e gloriosas.
“Eu gosto desses.” Eu aponto para as três pinturas de pimenta. “Elas me lembram de
você cortando vegetais em meu apartamento.” Eu rio. Christian torce a boca, mas não
consegue esconder seu riso.
“Eu pensei que tinha feito um belo trabalho.” Ele murmura. ”Eu fui um pouco lento, de
qualquer forma” – ele me puxa para um abraço – “você estava me distraindo. Onde
você as colocaria?”.
“O que?”
Christian sussurra em meu ouvido. ”As pinturas – onde você as colocaria?”
Ele morde minha orelha e eu sinto algo lá embaixo.



“Cozinha”, eu murmuro.
“Hmm, boa ideia, Sra. Grey.”
Eu olho o preço. Cinco mil euros cada. Puta merda!
“Eles são bem caros!” eu engasgo.
“E?” ele roça seu nariz em minha orelha. “Acostume-se, Ana.” Ele me solta e vai até
uma mesa onde uma mulher vestida toda de branco está o encarando.
Eu quero rolar meus olhos, mas retorno minha atenção para as pinturas.
Cinco mil euros... Jesus.
Nós terminamos de almoçar e estamos tomando café e relaxando no Hotel Le Saint
Paul. A vista que nos cerca é deslumbrante. Vinhas e campos de girassóis formam uma
colcha de retalhos através da planície, intercalados aqui e ali com fazendas francesas.
Está um dia claro e bonito, conseguimos ver todo o caminho do mar, brilhando
fracamente no horizonte. Christian interrompe meu devaneio.
“Você me perguntou por que eu tranço seu cabelo”, ele murmura. Seu tom de voz me
alarma. Ele parece tão... culpado.
“Sim”. Oh, merda.
“A prostituta do crack me deixava brincar com seu cabelo, eu acho. Eu não sei se isso é
uma memória ou um sonho.”
Uau! Sua mãe biológica.
Ele me encara, sua expressão ilegível. Meu coração vai até a boca.
O que eu devo dizer após ele me revelar coisas assim?
“Eu gosto de você brincando com meu cabelo”. Minha voz é hesitante.
Ele me encara com incerteza. “Você gosta?”
“Sim”. É verdade. Eu segura suas mãos. “Eu acho que você amou sua mãe biológica,
Christian”. Seus olhos se alarmam e ele me encara impassivelmente, sem dizer nada.
Puta merda. Eu fui muito longe? Diga algo, Fifty, por favor. Mas ele continua
absolutamente mudo, me encarando com seus insondáveis olhos cinzentos, enquanto
o silêncio estende-se entre nós. Ele parece perdido. Ele olha para nossas mãos juntas e
franze o cenho.
“Diga algo”, eu sussurro, porque não suporto mais o silêncio entre nós.
Ele balança a cabeça, exalando profundamente.
“Vamos.” Ele solta minha mão e levanta. Sua expressão guardada. Eu ultrapassei
algum limite? Eu não tenho a menor ideia. Meu coração afunda e eu o sigo
obedientemente fora do restaurante.
Em uma adorável viela, ele pega minha mão.
“Aonde você quer ir?”.
Ele fala! E ele não está bravo comigo – Graças à Deus. Eu exalo, aliviada, e dou de
ombros. “Eu apenas estou feliz que você ainda está falando comigo.”
“Você sabe que eu não gosto de falar dessas merdas. Já aconteceu, acabou.” Ele diz
quietamente.
Não Christian, não acabou. O pensamento me entristece, e pela primeira vez me
pergunto se vamos algum dia termina-lo. Ele sempre será cheio de Cinquentas
Sombras...meu Fifty Shades.
Você quer que ele mude? Não, não mesmo – apenas quero que ele se sinta amado.
Espreitando-o, eu o encaro por um momento admirando sua beleza cativante... e ele é
meu.
E não é apenas o fascínio por seu rosto e seu corpo que me encantam. É o que está por



trás dessa perfeição que me atrai, que me chama... sua alma frágil, danificada.
Ele me dá um olhar pelo nariz, meio divertido, meio desconfiado, e totalmente sexy e
enfia-me debaixo do braço, e nós percorremos o nosso caminho atrás dos turistas até o
local onde Philippe/Gaston estacionaram a Mercedes. Coloco minha mão de volta no
bolso de trás da bermuda de Christian, grata por ele não estar bravo. Mas,
honestamente, um menino de quatro anos de idade não ama sua mãe, independente
de ela ser uma boa mãe ou não?
Eu suspiro pesadamente e abraço-o mais perto. Eu sei que atrás de nós a equipe de
segurança se esconde, e me pergunto se ele já comeram.
Christian para em frente de uma pequena boutique de joias finas e olha pela janela,
depois para mim. Ele agarra minha mão livre e passa seu polegar levemente sobre a
marca vermelha da algema em meus pulsos.
“Não dói”. Eu o tranquilizo. Ele se contorce de forma que minha outra mão é libertada
de seu bolso. Ele aperta essa mão também, virando-a gentilmente para examinar meus
pulsos.
O relógio de platina que ele me deu no café da manhã da nossa primeira manhã em
Londres esconde a linha vermelha. A gravação ainda me faz desmaiar – Anastacia, você
é o meu mais, meu amor, minha vida. Christian.
Apesar de tudo, todas os seus lados obscuros, meu marido consegue ser muito
romântico. Eu encaro as marcas em meus pulsos. E ele pode ser selvagem às vezes
também.
Soltando minha mão esquerda, ele inclina o queixo com os dedos e avalia minha
expressão, seus olhos perturbados.
“Elas não doem,” eu repito. Ele puxa minhas mãos para seus lábios e planta macios
beijos de desculpa dentro de meu pulso.
“Venha”, ele diz e me leva para a loja.

“Aqui”, Christian segura um bracelete de platina que ele acabou de comprar. É
requintado, delicadamente trabalhado, a filigrana em forma de pequenas flores
abstratas com pequenos diamantes em forma de coração. Ele o coloca em meu pulso.
É largo, e cobre as marcas de meu pulso. E também custa trinta mil euros, eu acho, eu
não consegui entender totalmente a conversa em francês que teve com a atendente.
Eu nunca ganhei algo tão caro.
“Pronto, agora está melhor.” Ele murmura.
“Melhor?” eu sussurro, encarando seus luminosos olhos cinzentos, consciente que a
grudenta atendente está nos encarando com inveja e um olhar desaprovador.
“Você sabe por que”. Christian diz incerto.
“Eu não preciso disso”. Eu movimento meus pulsos e o bracelete se move. O sol da
tarde reflete nele, lançando pequenos arco-íris nas paredes da loja.
“Eu preciso”. Ele diz com absoluta sinceridade.
Por quê? Por que ele precisa disso? Será que ele se sente culpado? Sobre o quê? As
marcas? Sua mãe biológica? Não confia em mim? Oh Fifty.
“Não, Christian, não precisa. Você me deu muito já. Uma lua de mel mágica, Londres,
Paris, a Cote D’Azur... e você. Eu sou uma garota muito sortuda”. Eu sussurro e seus
olhos amolecem.
“Não, Anastasia, eu sou um homem sortudo.”
“Obrigado.” Esticando-me na ponta dos pés, eu coloco meus braços em volta de seu pescoço e o beijo... não por me dar o bracelete, mas por ser meu.
Quando voltamos ao carro, ele está introspectivo, olhando para os campos de girassóis
brilhantes, suas cabeças seguindo o sol da tarde. Um dos gêmeos – eu acho que é
Gaston – está dirigindo e Taylor está ao seu lado na frente. Christian está pensando
sobre algo. Eu aperto sua mão, tentando tranquiliza-lo. Ele olha para mim antes de
soltar minha mão, acariciando meu joelho. Eu estou vestindo um shorts azul e uma
camiseta branca sem mangas. Christian hesita e eu não sei se suas mãos estão indo em
direção a minha coxa ou para baixo da minha perna. Eu fico tensa com a antecipação
do toque suave de seus dedos e prendo a respiração. O que ele vai fazer? Ele escolhe,
de repente, e agarra meu tornozelo e puxa meu pé para seu colo. Eu me viro de modo
que estou de frente para ele na parte de trás do carro.
“Eu quero o outro também”
Olho nervosamente para Taylor e Gaston, cujos olhos estão na estada e coloco meu
outro pé em seu colo. Seus olhos esfriam, ele se inclina e aperta um botão na sua
porta. Na nossa frente, uma tela de privacidade se fecha, e em dez segundos estamos
sozinhos.
Uau...não me admira que a parte traseira desse carro seja tão espaçosa.
“Eu quero olhar seus tornozelos”, Christian explica tranquilamente. Seu olhar é ansioso.
As marcas das algemas? Jesus... eu pensei que isso já tinha acabado.
Se houver marcas, estão escondidas pelas tiras da sandália.
Eu não me lembro de ver alguma marca essa manhã. Gentilmente, ele acaricia seu
polegar em meu peito do pé direito, fazendo-me contorcer.
Um sorriso aparece em seus lábios e ele habilmente desfaz uma alça de minha
sandália, e seu sorriso desaparece quando vê as marcas vermelhas.
“Não dói”, murmuro. Ele olha para mim e sua expressão é triste, sua boca pressionada
em uma linha. Ele acena com a cabeça, como se estivesse aceitando minha palavra
enquanto eu tiro minha sandália, jogando-a no chão, mas eu sei que o perdi. Ele está
distraído e pensativo novamente, mecanicamente acariciando meu pé, enquanto se
vira para olhar a janela do carro mais uma vez.
“Hey. O que você esperava?” Eu pergunto docemente. Ele olha para mim e dá de
ombros.
“Eu esperava me sentir assim quando olho para essas marcas”, ele diz.
Oh! Um momento está reservado e no outro está acessível novamente? Tão... Fifty!
“Como você se sente?”
Seus olhos sombrios me encaram. “Desconfortável”, ele murmura.
Oh, não. Eu tiro meu cinto de segurança e vou para mais perto dele, deixando meus
pés em seu colo. Eu quero me rastejar em seu colo e abraça-lo, e eu faria se fosse
apenas Taylor na frente. Sabendo que Gaston também está na frente, me impede. Se
esse vidro fosse mais escuro. Eu aperto suas mãos.
“É os chupões que eu não gosto.” Eu sussurro. “O resto que você fez” eu abaixo minha
voz ainda mais “com as algemas, eu gostei. Bem, mais que gostei, foi alucinante. Você
pode fazer isso novamente comigo quando quiser”.
Ele se vira em seu assento. “Alucinante?”. Minha deusa interior olha assustada para seu
Jackie Collins.
“Sim” eu rio. Eu flexiono meus dedos dos pés em sua virilha endurecida e o vejo
separar os lábios.
“Você realmente deveria estar usando o cinto de segurança, Sra. Grey”. Sua voz é baixa



e eu enrolo meus dedos em torno dele mais uma vez. Ele inala e seus olhos escurecem,
e aperta meu tornozelo em advertência. Será que ele quer que eu pare? Continue? Ele
faz uma pausa, franze a testa e pega seu BlackBerry sempre presente em seu bolso
para atender uma chamada, enquanto olha para o relógio.
“Barney” ele diz.
Merda. Trabalho nos interrompendo novamente. Eu tento remover meus pés, mas ele
aperta seus dedos ao redor do meu tornozelo.
“Na sala do servidor?”, ele diz incrédulo. “Ele ativou o sistema de supressão de
incêndios?”
Incêndio! Eu tiro meu pé de seu colo e dessa vez ele deixa. Eu sento de volta ao meu
assento, coloco meu cinto de segurança e mexo nervosamente na pulseira de 15 mil
euros.
Christian aperta o botão em sua porta e o vidro de privacidade se abaixa.
“Alguém se machucou? Danos? Entendo... Quando?” Christian olha para seu relógio
novamente e em seguida passa a mão no cabelo. “Não, nenhum bombeiro ou polícia.
Ainda não.”
Puta merda! Um incêndio? No escritório de Christian? Eu o encaro, minha mente a mil.
Taylor se vira para poder ouvir a conversa de Christian.
“Ele tem? Bom... Okay. Eu quero um relatório de danos detalhados. E um resumo
completo de todos que tiveram acesso nos últimos cinco dias, incluindo o pessoal da
limpeza... Fale para Andrea me ligar... Sim, parece que argônio é tão eficaz quanto”.
Relatório de danos? Argônio? Lembro-me de uma aula distante de química – é um
elemento, eu acho.
“Eu sei que é cedo... Mande-me um e-mail em duas horas... Não, eu preciso saber.
Obrigada por me ligar”. Christian desliga, e imediatamente disca um número em seu
BlackBerry.

“Welch... Bom... Quando?” Christian olha para seu relógio novamente. “Uma hora
então... sim.. Vinte e 4-7 no armazenamento de dados fora do local... bom.” Ele desliga.
“Philippe, eu preciso estar a bordo em uma hora.”
“Monsieur”.
Merda, é Philippe, não Gaston. O carro acelera.
Christian olha para mim, sua expressão ilegível.
“Algum ferido?” pergunto silenciosamente.
Christian balança a cabeça. “Muito pouco dano”. Ele estende o braço e segura minha
mão, apertando-a de modo tranquilizador. “Não se preocupe com isso, minha equipe
está cuidando disso.”
E lá está ele novamente, CEO, no comando e não preocupado.
“Onde foi o incêndio?”
“Na sala do servidor”
“Grey House?”
“Sim”
Suas respostas são curtas, e eu sei que ele não quer falar sobre isso.
“Por que poucos danos?”
“O servidor está equipado com um sistema de supressão de incêndios”.
Claro que sim.
“Ana, por favor... não se preocupe.”



“Eu não estou preocupada”, eu minto.
“Nós não sabemos com certeza se foi um incêndio causado”, ele diz, cortando meu
coração de ansiedade. Minhas mãos seguram minha garganta com medo. Primeiro
Charlie Tango, e agora isso?
O que virá em seguida?

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